Pequenos produtores do Piauí vivem um dilema para comprar a preço baixo o milho, que serve de ração para os animais. Segundo eles, o fornecimento do grão pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) não vem sendo regular e traz prejuízos para a criação.
No sítio do Domingos tem várias espécies de animais. Todas elas se alimentam a partir do milho, quando não é o grão inteiro, ele é triturado e adicionado a outros produtos. O criador tem guardado no estoque oito sacas de milho, compradas com valores subsidiados pelo governo.
“Eu compro com a Conab a saca de 60 quilos por R$ 54, enquanto no comércio ela chega a R$ 72. Então visto esta diferença, compensa ainda comprar subsidiado. A compra depende da quantidade de animais da propriedade”, explicou o criador Domingos Félix.
O produtor Ezival Melo cria caipirão e galinha caipira. Ele chegou a ter mil animais no puleiro, mas agora só tem 150 por conta da irregularidade no fornecimento de milho subsidiado.
“O governo não mantém esta regularidade no fornecimento. Você tira hoje 2 mil quilos e no mês seguinte só consegue 500 quilos ou até mesmo nada. Como nós ficamos?”, declarou Ezival.
Para melhorar a distribuição de milho no Piauí, a Conab reforçou o estoque para programa de Vendas em Balcão. A venda subsiada pelo governo é importante para os criadores, já que ela é feita por valores bem menores.
O superintendente da Companhia, Alysson Pêgo, garante que até agosto o fornecimento segue garantido no estado. Para aumentar o fluxo de distribuição no Piauí, o órgão vem negociando com o governo estadual a abertura de mais polos, inclusive descentralizando o insumo para ficar mais próximo dos agricultores do semiárido.
“No mês passado fizemos um leilão de remoção de duas mil toneladas para a unidade armazenadora de Teresina, para atender até agosto todos os clientes cadastrados no programa Venda em Balcão. Isso tem gerando uma boa perspectiva, porque o milho chega no momento certo, no período de entre safra e estiagem”, disse Alysson Pêgo.
A Conab vem limitando a cotas para alguns clientes, na tentativa de universalizar o atendimento a todos os pequenos e médios criadores. Esta medida também se deve ao grande contingente de pessoas cadastradas no programa, são mais de 90 cidades atendidos por Teresina.