Enquanto o brasileiro consome 15,1 quilos de carne suína in natura, o consumo per capita na China é mais que o dobro, 39 quilos ao ano. Números que precisam ser levados em consideração, visto que o Brasil é o quarto maior produtor e exportador mundial desta proteína. Assim, o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) assumiu um compromisso com a cadeia suinícola em aumentar o consumo interno para 18 quilos, através de campanhas e investimentos que possam gerar oportunidades para a cadeira produtiva.
Augusto Togni, gerente adjunto da Unidade de Agronegócio (Uagro) do Sebrae Nacional, conta que para chegar a essa meta, a entidade tem contribuído com inovações e estruturação da cadeia suinícola para que o produtor possa expandir sua produção contribuindo para a inovação e estruturação da cadeia de valor da suinocultura brasileira, por meio da gestão do conhecimento e da inter-relação entre os segmentos da atividade visando à sustentabilidade dos produtores de suínos brasileiros. “Em 2009, a pesquisa realizada pela Associação Brasileira dos Criadores de Suínos (ABCS) constatou que o País, embora considerado o 4º maior produtor e exportador, possuía um consumo per capita da carne suína baixo – em comparação com os demais países, consequência de uma imagem equivocada das condições de produção e das propriedades nutricionais”, explica.
Desta forma, o Sebrae promove junto à associação projetos que vislumbram a transformação da imagem da suinocultura e seu reposicionamento junto ao consumidor, bem como a apresentação de informações sobre suas propriedades nutricionais, melhoria de gestão das granjas e as adequações de cortes à preferência dos consumidores e promoções no varejo. Entre as ações estão trabalhos desenvolvidos com produtores independentes. “Podemos citar como exemplos as instrutórias para granjas e treinamentos em bem-estar animal, que visam melhorar os resultados zootécnicos e financeiros das granjas, onde os conhecimentos adquiridos podem ser aplicados em granjas de 100 ou 5000 matrizes”, explica Togni.
Para a Suinocultura Industrial, Augusto Togni concedeu uma entrevista exclusiva sobre as ações do Sebrae junto ao Agronegócio com ênfase no trabalho realizado para fomentar o mercado suinícola. Acompanhe:
Suinocultura Industrial – O Sebrae é direcionado as pequenas e médias empresas, desde quando ele atua no agronegócio? Quais os focos centrais de sua atuação?
Augusto Togni – Em 2005, iniciou-se a atuação do Sebrae no Setor do Agronegócio com as carteiras de projetos setoriais, segmentadas e multisetoriais. Nosso foco é o aumento da competitividade de pequenos negócios rurais em segmentos estratégicos do agronegócio, relacionados com a produção animal e vegetal, agroindústrias, encadeamento produtivo e temáticas como sistemas florestais, agroenergia, produção orgânica orgânicos entre outras, visando o desenvolvimento da gestão, inovação, serviços tecnológicos e oportunidades de negócio.
SI – Como o Sebrae atua dentro das cadeias produtivas de proteína animal, como a da carne suína?
Augusto Togni – Atuamos com os projetos de atendimentos segmentados, com grupos de produtores rurais e ou de forma setorial abrangendo vários grupos produtivos dentro de um mesmo projeto. Nos dois casos, são projetos que estão em uma bacia regional, microrregião, macrorregião ou em biomas específicos. No âmbito da Carteira de Projetos de Suinocultura, o Sebrae atuou em 10 Unidades Federativas em parceria com a Associação Brasileira dos Criadores de Suínos (ABCS). O trabalho foi realizado nos principais elos da cadeia – produção, industrialização e comercialização, com o objetivo de aumentar o consumo per capita da carne suína.
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