O Segundo navio com carregamento de milho vindo da Argentina chegou ao Espírito Santo no dia 25/10. Foram compradas 27.170 toneladas do grão. A compra foi mais uma vez coordenada pelas Associações dos Avicultores e de Suinocultores do Espírito Santo (Aves/Ases) e atenderá produtores capixabas dos dois setores, além de outros participantes, entre produtores, cooperativas e indústrias.
Assim como no primeiro momento, a importação do milho segue como alternativa frente à dificuldade encontrada pelos produtores capixabas para garantir o abastecimento, além de tentar minimizar a pressão sobre o preço do produto no mercado interno que vem apresentando escassez.
Atualmente cerca de 60 produtores serão beneficiados com a importação. O navio leva cinco dias para ser descarregado. Parte do milho é armazenada em silos na Codesa para posterior retirada em carreta por parte dos produtores.
A carga atende pouco mais de 40% da demanda mensal por milho, somente no caso da avicultura e suinocultura capixabas. Os municípios de destino da carga são: Santa Maria de Jetibá, Vargem Alta, Castelo, Viana, Marechal Floriano, Domingos Martins, Alfredo Chaves, Mucurici, Linhares, Jaguaré.
Já foi fechada uma nova carga com previsão de chegada ao final de novembro, antecipou Nélio Hand, diretor-executivo das Associações de Avicultores e Suinocultores do Espírito Santo.
A importação de milho da Argentina só está sendo possível porque o Governo do Estado isentou a cobrança de ICMS (12%) do produto importado. O benefício que havia sido concedido até o final de 2016 foi prorrogado até meados de 2017. O milho é o principal insumo dos setores de avicultura, suinocultura e proteína animal. A isenção do imposto atende a uma solicitação feita pelos produtores capixabas, que vêm sofrendo com a alta do preço do milho no mercado interno e com a ameaça do desabastecimento.
O Espírito Santo consome aproximadamente um milhão de toneladas de milho por ano. O preço do produto no mercado interno aumentou mais de 60% no último ano. O milho é o componente predominante das rações das aves e suínos, correspondendo a 65% do insumo necessário para a produção de carnes e ovos. O estado produz apenas 10% do milho utilizado pelos setores de proteína animal que atende geralmente atividades e subsistência. O restante vem da região Centro-Oeste.
O frete do milho do Mato Grosso para as granjas da região serrana do Espírito Santo gira em torno de R$ 15,00 o saco, já à partir de Goiás, esse frente chega próximo a R$10,00. O mesmo saco de milho importado da Argentina tem um custo de frete de R$ 6,00 para o produto posto na granja.
De acordo ainda com o Diretor Executivo da AVES e ASES, Nélio Hand, esse fator fez com que o milho chegasse a um custo mais acessível, impactando inclusive no mercado interno, que também já teve seus preços acalmados. “Vemos que a alternativa apresentou reflexos positivos junto ao mercado, sem duvida isso tem dado fôlego ao produtor que vinha sofrendo com esses custos altos com o insumo”, afirma.
“A perspectiva agora é de que continuemos esse trabalho no sentido de viabilizar alternativas para o avicultor e suinocultor capixabas. O produtor tem ciência de que não pode ficar dependente de um ou dois modais e certamente procurará diversificar os meios de fornecimento”, conclui.