Apesar dos problemas climáticos durante a fase de plantio e desenvolvimento, a produção brasileira de soja deve registrar um novo recorde na safra 2014/2015. É o que aponta um relatório de representantes do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) no país. A estimativa de produção, aliás, foi revisada para cima em relação a documento anterior – de novembro de 2014 – de 92 para 93 milhões de toneladas.
Clay Hamilton e Nicolas Rubio, que assinam o relatório, lembram que a situação climática tem sido de “altos e baixos” para a safra atual da oleaginosa no Brasil. Em outubro, a falta de chuvas levou a atraso no plantio, especialmente no Centro-oeste.
“Na última semana de dezembro e nas duas primeiras de janeiro, chuvas ainda abaixo da expectativa, principalmente no Centro-oeste e no Nordeste trouxe mais preocupações relacionadas aos rendimentos das lavouras”, informam os adidos do USDA, lembrando que, em Goiás, por exemplo, a estimativa de safra já foi reduzida em 1,4 milhão de toneladas.
Assim, o ajuste para cima na estimativa de safra está vinculado principalmente ao aumento de área plantada. Segundo eles, deve totalizar 31,6 milhões de hectares, já considerando o que deve ser plantado de soja safrinha logo em seguida da safra de verão. O relatório ainda mantém as projeções de esmagamento doméstico em 38 milhões de toneladas. Os estoques finais da safra 2014/2015 são calculados em 7,58 milhões de toneladas.
Comercialização mais lenta
Os representantes do USDA destacam como “fator relevante” o ritmo mais de comercialização da nova safra de soja. Com os preços mais baixos, sob pressão da maior oferta, “produtores reduziram o ritmo de vendas esperando melhores preços em fevereiro e março”.
Ainda assim, “a despeito do ritmo mais lento de comercialização da nova safra”, a expectativa é de que até o final da safra, as vendas externas cheguem a 47 milhões de toneladas e batam um novo recorde.
“Com colheita recorde, o Brasil terá ampla oferta para exportação e para atender às necessidades dos mercados internacional. A demanda da China, que deve ser um novo recorde, continuará a ser um dos principais fatores de suporte para as exportações brasileiras”, diz o documento.