Apesar do aumento de 61,48% registrado no mês de março, as exportações brasileiras para a Rússia acumulam uma queda de 24,29% no primeiro trimestre do ano, comparativamente com igual período do ano passado. A queda deveu-se, principalmente, à forte retração nas vendas de carne bovina, suína e de frango. Nos três primeiros meses do ano, as exportações brasileiras somaram US$ 509 milhões enquanto as vendas russas ao Brasil atingiram a cifra de US$ 638 milhões. Com isso, pela primeira vez em muitos anos, a Rússia fechou o primeiro trimestre com superávit (US$ 128 milhões) nas trocas comerciais com o Brasil.
De acordo com dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), o item carnes foi o principal responsável pela queda das exportações para a Rússia no primeiro trimestre. As vendas de carnes desossadas de bovino, congeladas tiveram redução de 57,24% para US$ 116 milhões, contra US$ 132 milhões exportados entre os meses de janeiro e março do ano passado. Bem mais expressiva (-76,79%) foi a retração nas exportações de carnes desossadas de bovino, frescas ou refrigeradas, que somaram pouco mais de US$ 2 milhões, contra US$ 9 milhões vendidos aos russos no primeiro trimestre de 2014.
No tocante às exportações de carnes de suíno congeladas, a queda foi mais suave, de -12,66% e o total exportado somou US$ 89 milhões. Ano passado, as exportações desse item geraram uma receita de US$ 109 milhões. Também caíram as exportações de pedaços e miudezas comestíveis de galos que geraram uma receita de US$ 17 milhões este ano, ante US$ 25 milhões comercializados no primeiro trimestre do ano passado.
Em contrapartida, os números do MDIC mostram aumentos expressivos nas exportações de soja (+9,95% para US$ 39 milhões), de fumo não manufaturado Virginia (+ 100,74% e receita no montante de US$ 24 milhões) e de fumo não manufaturado, tipo “Burley” (+215,34% e exportações no total de US$ 6,5 milhões).
Ao contrário do que ocorreu com as exportações brasileiras, as vendas russas ao Brasil nos três primeiros meses de 2015 foram marcadas por fortes aumentos nos principais produtos integrantes da pauta exportadora.
O principal item da pauta no período, alumínio não ligado em forma bruta, registrou um aumento de 114,55%, com uma receita de US$ 120 milhões, contra pouco mais de US$ 56 milhões vendidos ao Brasil em igual período de 2014. Já as exportações de didrogenio-ortofosfato de amônio somaram US$ 70 milhões, um aumento de 28,17% sobre os US$ 90 milhões registrados no ano passado.
Maior ainda foi o crescimento (+129,92%) nas exportações de nitrato de amônio, mesmo em solução aquosa, que passaram de US$ 19 milhões exportados entre janeiro e março de 2014 para US$ 43 milhões vendidos ao Brasil no primeiro trimestre deste ano.