O Produto Interno Bruto (PIB) do agronegócio brasileiro caiu 0,13% em abril e chegou a uma queda acumulada de 0,2% nos quatro primeiros meses de 2015, em relação ao mesmo período de 2014, principalmente por conta do desempenho da agricultura, que apresentou recuo de 0,47% no primeiro quadrimestre. Desta forma, o PIB do setor deve ser de R$ 1,2 trilhão nesse ano, dos quais R$ 816, 1 bilhões da agricultura e R$ 391,6 bilhões da pecuária. Os dados são da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) e do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea).
Com exceção dos insumos, que tiveram alta de 0,3% no PIB no acumulado do ano, todos os segmentos da cadeia produtiva do agronegócio apresentaram queda. Na atividade primária (dentro da porteira), a retração foi de 0,41% no período de janeiro a abril. A agroindústria e o setor de serviços recuaram 0,28% e 0,12%, respectivamente. A queda do setor é atribuída principalmente ao comportamento ao setor agrícola, uma vez que a pecuária, no acumulado de quatro meses, cresceu 0,37%. Na agricultura, a maior queda, em quatro meses, foi observada na produção primária, de 1,29%.
“Esse comportamento reflete a deterioração dos preços agrícolas, visto que, para a produção, a expectativa é de elevação em 2015”, diz o estudo. As maiores quedas de preço são esperadas para as seguintes culturas: mandioca (42,99%), algodão (28,87%), tomate (20,28%), banana (19,67%), uva (17,85%), milho (10,53%), cacau (7,03%), laranja (6,51%), trigo (6,43%), feijão (3,8%) e soja (2%). Ainda dentro do ramo agrícola, a agroindústria teve queda de 0,23%, e os serviços caíram 0,29%. Os insumos tiveram ligeira alta, de 0,09%, por conta da estimativa de alta de preços de adubos e fertilizantes.
Na pecuária, a alta do PIB do setor, que conteve uma queda ainda maior do agronegócio, foi puxada principalmente pela elevação dos segmentos primários (0,63%) e de insumos (0,53%) de janeiro a abril. Em relação ao primeiro grupo, o bom resultado permanece vinculado aos maiores preços praticado no ano, com a baixa oferta de animais vivos e a recuperação das exportações, que ajudam a explicar este cenário de bons preços. Para os insumos, os preços da suplementação mineral no primeiro quadrimestre tiveram elevação de 3,04% na comparação com o mesmo período de 2014.