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Economia

Para o presidente da CNA, água e terra são os capitais da agropecuária

João Martins falou com representantes da Austrália, Estados Unidos, Israel e Jordânia ao debater no seminário "Uso Sustentável da Água na Agricultura: Desafios e Soluções", que está ocorrendo em Brasília.

Para o presidente da CNA, água e terra são os capitais da agropecuária

A escassez de água afetará dois terços da população mundial em 2050, devido ao uso excessivo de recursos hídricos para as diversas necessidades humanas, inclusive a produção de alimentos, segundo informações da Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO). Atualmente, cerca de 40% da população do planeta sofrem com a escassez de água, uma proporção que aumentará até dois terços em 2050. Mas como reverter essa situação, já que para produzir alimentos é preciso água. Existe agropecuária sem recurso hídrico?

Para tentar responder essa questão e acabar com alguns mitos, o Sistema da Confederação de Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), composto também pelo Instituto CNA e Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (SENAR), realiza nesta terça-feira (18/08), na sede da Confederação, em Brasília, o seminário “Uso Sustentável da Água na Agricultura: Desafios e Soluções”. O evento busca debater a escassez de água no mundo e discutir experiências de países que enfrentam a falta de recursos hídricos de maneira eficaz, tais como Austrália, Estados Unidos e Israel.

Segundo o presidente da CNA, João Martins da Silva Júnior, é importante debatermos a falta de recursos hídricos no mundo, pois é um tema muito relevante para o setor agropecuário. “A água é nosso capital, assim como a terra. O produtor rural está consciente da crise hídrica e, por isso, busca cada vez mais uma irrigação eficiente”, observa. Para exemplificar, João Martins, falou da situação da Bacia do Rio São Francisco que melhorou após os agricultores utilizaram a irrigação por gotejamento, como forma de melhorar o custo e utilizar menos água. “Neste tipo de irrigação o ciclo é positivo. A água não desaparece. Ela retorna”, frisou.

Na irrigação por gotejamento, a água é aplicada de forma pontual através de gotas diretamente ao solo. Estas gotas, ao se infiltrarem, formam um padrão de umedecimento denominado “bulbo úmido”. Estes bulbos podem ou não se encontrar com a continuidade da irrigação e formar uma faixa úmida, outro termo técnico utilizado em irrigação localizada por gotejamento.

O presidente também falou sobre a preservação hídrica na cidade. Para ele, as águas dos rios urbanos são muito mais poluídas e mal utilizadas que as da área rural. “Temos que reutilizar a água. Não podemos perder qualquer quantidade deste recurso”, afirmou. João Martins acredita que o governo tem muitos projetos para reverter essa crise, no entanto faltam recursos financeiros para aplicá-los. “No caso dos produtores rurais de pequeno porte, o governo deveria fornecer equipamentos para reverter o alto consumo de água na irrigação. O retorno seria benéfico e ajudaria toda a população brasileira. Temos que buscar um planejamento”, finalizou.