No último Mercado e Cotações do ano o professor e economista da Central Internacional de Análises Econômicas e de Estudos de Mercado Agropecuário (Ceema/Dace/Unijui), Argemiro Luís Brum, faz uma análise da situação do mercado nesse final de dezembro.
Argemiro explica que no geral o preço do arroz teve uma recuperação, mas atingiu as expectativas e a necessidade do produtor. Apesar de haver um aumento o consumo no prato tradicional de arroz e feijão, os preços ao produtor não subiram o suficiente para acompanhar a inflação oficial. Quanto ao mercado do feijão a situação é de uma certa estabilidade nos preços. Normalmente, o pico da colheita ocorre no Paraná na segunda quinzena de janeiro. Havendo muita coisa ainda para acontecer, sempre acompanhando a situação climática. O feijão preto apresenta maior estabilidade que o carioca, que teve uma queda por causa dos defeitos causados pelas intempéries sofridas. A grande parte das empacotadoras de feijão já estão em recesso de fim de ano, o que faz com que não ocorram grandes oscilações de mercado até o início do ano que vem.
As cotações da soja em Chicago recuaram na última semana. O mercado oscila entre 8,60 e 9,00 dólares por bushel. “A preocupação do mercado internacional nesse momento é sobretudo em relação a safra sul americana, já que se espera uma safra cheia, uma safra recorde, mas há problemas climáticos localizados, como excessos de chuva pelo El Niño aqui no sul do país e falta de chuvas em algumas regiões do centro-oeste e nordeste do país.” explica o economista. Mesmo assim a previsão é de que a produção chegue a 102,5 milhões de toneladas, o que diminui a preocupação em relação ao impacto climático. Já a situação do milho é de preços mais elevados para o brasileiro. O milho não te perspectivas de redução de preços até a colheita da safra de verão, quando há uma preocupação em relação a diminuição de área e os problemas climáticos atingindo as áreas de plantio.
Para as carnes, era esperado um aumento mais considerável, principalmente para frango e suíno, as duas carnes mais demandadas pelo consumidor em consequência das festas de final de ano. Ocorreu o aumento mas nada significativo em relação ao as expectativas e em comparação com os anos anteriores. Isso já era esperado com a retração da demanda de vários produtos, principalmente dos considerados nobres como os de festividades. Também não há perspectiva de mudança na carne bovina, por causa do recesso de final de ano. O preço do suíno encerrou a primeira quinzena de dezembro em queda o que prova que a demanda não responda como o normal. O frango, por fim, fica com preços firmes e estáveis nas principais praças de comercialização.
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