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Ubabef e ANFFA firmam compromisso contra desperdícios em condenações de carcaça

Falta de padrões nas avaliações de carcaças causam desperdícios, prejuízos e perda de competitividade da avicultura brasileira.

Ubabef e ANFFA firmam compromisso contra desperdícios em condenações de carcaça

O presidente executivo da União Brasileira de Avicultura (UBABEF), Francisco Turra, firmou ontem (6) compromisso com o presidente do Sindicato Nacional dos Fiscais Federais Agropecuários (ANFFA Sindical), Wilson Roberto de Sá, para a criação de um Grupo de Trabalho para treinamento e padronização das avaliações e condenações de carcaças feitas pelos fiscais na produção de carne avícola brasileira.

O grupo deverá contar com a participação de membros da UBABEF, do Sindicato dos Fiscais Federais Agropecuários e de representantes da Embrapa.  O objetivo é criar padrões nacionais de avaliação para, posteriormente, realizar treinamentos junto aos fiscais.

Conforme levantamento feito pela União Brasileira de Avicultura (UBABEF), respaldado em informações de uma planta com abate anual de 51,6 milhões de cabeças de aves, 2,2% do total (ou 1,133 milhão de cabeças) foram condenadas parcialmente (apenas parte do produto).  Estimativas do setor indicam que metade desse volume é de condenações desnecessárias. 

Transformando esses números em dados nacionais, significa que 145,2 mil toneladas são desperdiçadas, quando poderiam ser utilizadas para exportação ou até mesmo para consumo no mercado interno.

De acordo com o presidente da UBABEF, as condenações feitas nas linhas de produção brasileiras seguem critérios que fogem de padrões científicos e sanitários, diferentes dos adotados em outros lugares como EUA, Canadá e países produtores da União Europeia.  A falta de uma padronização na adoção de critérios também representa um grave problema para as empresas produtoras.

“Os desvios de condenação, que não têm qualquer impacto na saúde pública, são altos e com grande variação de critérios entre Estados, plantas ou mesmo turnos dentro de uma mesma empresa.   Falta treinamento para a padronização desses critérios. São perdas econômicas severas, com carnes próprias para consumo sendo descartadas para graxaria”, destaca.

Turra defende que o impacto na perda de rendimento produtivo da planta gera perdas para o país e para a sociedade.  “Para produzir aquela carne foram utilizados milho, soja, combustíveis para o transporte, mão de obra e vários outros elementos que são simplesmente descartados. Uma pequena mancha já é suficiente para que um corte inteiro vá para o lixo, segundo esses critérios”, destaca.

O presidente da UBABEF lembra, ainda, que o setor tem promovido um trabalho de conscientização junto ao MAPA, para que padrões focados no pleno aproveitamento do alimento próprio para o consumo seja adotado.  “Os países produtores como o Brasil agora focam em aumentar rendimento, para produzir mais com menos elementos, beneficiando a empresa e a sociedade.  Nesse sentido, a condenação sem critérios padronizados segue uma lógica contrária ao cenário atual da produção mundial de alimentos”, ressalta.

A ação faz parte de uma iniciativa lançada pela UBABEF – em alinhamento às propostas da FAO – junto aos países produtores avícolas latino-americanos (membros da Associação Latinoamericana de Avicultura) para a redução do desperdício de alimentos produzidos pela avicultura no continente.