A colheita de Mato Grosso, principal Estado produtor, já atinge 1,9 por cento da área plantada, 1 ponto percentual à frente do registrado um ano atrás, informou na sexta-feira (10) o Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea), em seu primeiro levantamento da nova temporada.
A região mais avançada na colheita é o oeste de Mato Grosso, onde 8,4 por cento da safra estão colhidos, contra 2,3 por cento um ano atrás.
A região do município de Sapezal, importante produtor, por exemplo, já colheu 12 por cento da área plantada.
Houve uma ênfase para a soja precoce este ano, com muitas lavouras sendo semeadas já nos primeiros dias do período autorizado de plantio, mesmo sem as chuvas ideais, segundo o Sindicato Rural de Sapezal.
“A chuva no início é irregular, e a germinação foi irregular”, disse o presidente da entidade, Claudio Scariot. “Na próxima segunda-feira tem bastante gente começando a colher. Já são talhões muito melhores. Essa soja está atingindo a média (de produtividade) que a gente planeja.”
Segundo o agricultor, ao fim de fevereiro, praticamente não haverá mais soja para ser colhida na região de Sapezal.
A consultoria AgroConsult estima que praticamente toda a área de expansão de soja desta safra no Brasil, equivalente a 8 milhões de toneladas, tenha sido semeada com soja de ciclo precoce.
O Imea estima que os agricultores de Mato Grosso tenham plantado 8,3 milhões de hectares de soja, 4,8 por cento acima da temporada anterior.
A Companhia Nacional de Abastecimento estimou na quinta-feira que a safra brasileira de soja vai atingir o recorde de 90,33 milhões de toneladas, 11 por cento acima da temporada anterior.
PARANÁ E RIO GRANDE DO SUL
No Paraná, segundo principal produtor de soja do país, já há alguns registros de colheita nesta semana, disse nesta sexta-feira o Departamento de Economia Rural (Deral), ligado ao governo do Estado.
No relatório mais recente, referente à semana passada, ainda não havia registros de colheita, mas 95 por cento das lavouras estavam em condições boas.
“Os primeiros relatos de colheita escutamos nessa semana. De uma forma geral, a safra é muito boa”, disse à Reuters o economista do Deral, Marcelo Garrido.
Dezembro foi um mês de chuvas abaixo do esperado no Paraná, o que poderia reduzir a produtividade de algumas lavouras, especialmente as plantadas mais cedo, disse ele, ressaltando que as chuvas voltaram ao Estado na virada do ano.
“Uma perda pontual, aqui ali, é natural, mas no todo, as áreas que foram plantadas mais tarde devem compensar essas perdas da soja precoce, se elas vierem a ocorrer.”
Enquanto isso, no Rio Grande do Sul, terceiro principal Estado produtor, 88 das plantações ainda estão nas fases iniciais, de germinação e desenvolvimento vegetativo, disse nesta sexta-feira a Emater/RS, em relatório.
“A estiagem ocorrida em fins de dezembro não ocasionou perdas significativas na cultura, apenas atrasou o desenvolvimento vegetativo das plantas e o retorno das chuvas trouxe tranquilidade para os sojicultores”, disse o órgão de assistência rural, vinculado ao governo estadual.