Estabilidade. Essa é a palavra que define a situação da suinocultura do País em 2014. Depois de uma crise de preços graças ao aumento de oferta em 2012, o cenário é um pouco mais positivo para esse ano. Assim, o suinocultor respira um pouco mais aliviado. A Associação Brasileira da Indústria Produtora e Exportadora de Carne Suína (Abipecs) divulgou ontem uma estimativa de produção. A expectativa é atingir a marca de 3,46 milhões de toneladas, ante 3,43 milhões do ano passado.
No Paraná, a situação é um pouco mais favorável. De acordo com números do Departamento de Economia Rural (Deral), da Secretaria de Agricultura do Paraná (Seab), a produção deve crescer de 5% a 7%, ultrapassando a marca de 686,7 mil toneladas do ano passado (número ainda não fechado). Em 2012, a produção estadual fechou em 682,1 mil toneladas e, no ano anterior, 629,6 mil toneladas.
A alta oferta de 2012, associada aos altos preços do milho e farelo da soja, colocaram os produtores em situação difícil. Agora, o momento é de recuperação. “Essa estabilidade (na produção nacional) é consequência dos problemas que tivemos em 2012 e no primeiro semestre de 2013. Além disso, tivemos nesse meio tempo problemas de produtividade devido ao inverno rigoroso em algumas regiões”, disse o diretor de mercado interno da Abipecs, Jurandi Soares Machado.
Outra questão elencada pelo diretor da entidade é que não houve investimentos, portanto, a estrutura de produção não sofreu incrementos recentemente. “Não estão sendo construídas novas granjas, aconteceram apenas reformas para melhorar a capacidade de abate. De qualquer forma, a partir do segundo semestre 2013, a oferta voltou a se equilibrar com a demanda, o que é bem positivo”, explicou Machado.
Em relação aos preços, também houve melhoria considerável. Em junho de 2012, o suinocultor paranaense comercializava o quilo do suíno a R$ 1,84. No final do mesmo ano, já havia fechado em R$ 3,10 e em dezembro de 2013, chegou a R$ 3,29. Em relação à média anual entre 2012 e 2013, o incremento foi de 23%. Neste janeiro, a média de preço pago ao produtor está em R$ 3,47, segundo números do Deral. “Na minha concepção, o ano passado foi muito bom para os produtores. Os preços dos insumos estavam interessantes e o preço da carne subindo. A saca do milho caiu de R$ 23 para R$ 20 no período, enquanto o farelo de soja subiu apenas 5,4%. Já o custo médio de produção pelo quilo do suíno vivo ficou estável em R$ 2,65”, relatou o administrador e técnico do Deral, Edmar Gervásio.