O setor de edificações responde por cerca de 40% do consumo de energia dos Estados Unidos, sendo que é também responsável por 75% das emissões de gases do efeito estufa em áreas urbanas.
Visando combater esse problema, o ex-prefeito de Nova York, Michael Bloomberg, reuniu nesta semana os dirigentes de dez cidades dos EUA para anunciar os novos esforços conjuntos destes municípios para reduzir sua poluição climática.
“As cidades vão se voltar para a maior fonte de poluição climática nos EUA para atingir essa meta: as edificações”, afirmaram em uma declaração conjunta o Conselho de Defesa dos Recursos Naturais e o Instituto para Transformação de Mercados, que lideram o projeto.
O programa, intitulado City Energy Project (CEP), é uma iniciativa nacional que foi criada para reduzir de cinco a sete milhões de toneladas de emissões de carbono anualmente – o equivalente à poluição de entre um milhão e 1,5 milhão de carros – através do aumento da eficiência energética em edifícios urbanos. As cidades que participarão do plano são Atlanta, Boston, Chicago, Denver, Filadélfia, Houston, Kansas City, Los Angeles, Orlando e Salt Lake City.
As dez cidades foram escolhidas para a execução desse projeto por já trabalharem para tornar suas construções mais eficientes energeticamente. Salt lake City, por exemplo, já havia começado a formular um plano para edifícios mais ‘verdes’, o ‘Sustainable Salt Lake – Plan 2015′, que será implementado no próximo ano.
Los Angeles também já tomou medidas nesse sentido, e em 2013 se tornou a primeira grande cidade e exigir que construções novas ou reformadas tenham telhados que reflitam a luz do sol, a fim de economizar energia e reduzir as contas de eletricidade.
Por sua vez, Boston exige dos proprietários de edificações avaliações de energia. O município, juntamente com Chicago e Filadélfia, aprovou medidas para monitorar a quantidade de energia que as construções estão usando, o que já é um primeiro passo para aumentar sua eficiência.
Essa ideia, aliás, é uma das ações que os prefeitos acreditam que deva ser o ponto de partida do CEP. Dessa forma, os municípios poderão comparar informações, e ver o que funciona e o que não funciona. “Nós vamos compartilhar ideias e usar as ideias uns dos outros”, observou Michael Nutter, dirigente da Filadélfia.
Outra questão que deve ser abordada é a falta de consciência dos proprietários sobre a ineficiência dos edifícios e como esses proprietários podem fazer atualizações para melhorar a eficiência energética. Muitas das soluções para esses problemas exigem pouco ou nenhum custo, como instalar sensores que desligam as luzes quando não detectam a presença de uma pessoa em um ambiente.
A iniciativa vai exigir cerca de US$ 9 milhões em financiamento de cada cidade para que cada uma desenvolva seu plano de ação, mas a estimativa é que a economia de energia gerada seja da ordem de US$ 1 bilhão por ano no total.
“Mais eficiência energética significa mais empregos, um crescimento econômico contínuo e uma cidade mais sustentável, o que levará a um aumento maior na qualidade de vida”, declarou Rahm Emanuel, prefeito de Chicago. “[A eficiência energética] é um dos pilares para construir um futuro sustentável”, complementou Eric Garcetti, que comanda Los Angeles.