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Economia

Gradual: índices de inflação indicam "choque severo" de alimentos

Produtos agrícolas pressionaram no atacado e alimentação teve mais peso nos preços ao consumidor.

Gradual: índices de inflação indicam "choque severo" de alimentos

O choque de alimentos ainda está sendo severo no país. Esta é a avaliação do economista-chefe da Gradual Investimentos, André Perfeito, ao comentar os resultados de índices de inflação divulgados nesta quarta-feira (19/3).

O Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M), medido pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), registrou avanço de 1,41% na segunda prévia para o mês de março. O maior impacto sobre veio do Índice de Preços no Atacado (IPA) que avançou 1,41% no mês e acumula alta de 7,03% em 12 meses.

Dentro do IPA, o destaque foram os produtos de origem agropecuária, com avanço de 5,13% no mês e de 4,75% em 12 meses. As maiores altas mensais foram café em grão (28,34%), soja (4,25%), ovos (20,98%), milho em grão (9,32%) e bovinos (2,90%).

E com relação ao Índice de Preço ao Consumidor (IPC), outro importante componente do IGP-M, o avanço no mês foi de 0,63% com acumulado de 5,71% em 12 meses.
 
A maior pressão veio da alimentação, que registrou alta de 1,21% no mês e de 6,92% no acumulado de 12 meses. Os principais aumentos mensais foram do tomate (35,91%), batata (22,32%) refeições fora de casa (0,94%).

“O IGP-M do segundo decêndio teve a maior alta para um mês de março desde 1999 e mostra que a dinâmica de preços no Brasil está sob séria ameaça”, avaliou André Perfeito.

Também nesta quarta-feira (19/3), a Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (FIPE) divulgou o Índice de Preços ao Consumidor (IPC) referente à segunda quadrissemana de março. Houve avanço de 0,68%, o pior março desde 2003, ressaltou Perfeito.

O maior impacto veio do grupo alimentação, com elevação de 1,41% nos preço no período e teve um peso de 47,74% na ponderação geral. “O choque de alimentos, mais uma vez, está sendo severo. Apesar de ser apenas um choque, o que não traria maiores consequências no médio prazo, o mercado tende a não perceber isto desta forma”, comentou.

Na avaliação do economista chefe da Gradual Investimentos, os resultados devem levar o Banco Central a apertar mais a política monetária com novas altas da taxa básica de juros. A Taxa Selic, atualmente em 10,75% ao ano, deve ser reajustada em 0,25 ponto percentual na próxima reunião do Comitê de Política Monetária, marcada para abril.