A partir do segundo semestre, entra em operação em Paragominas o primeiro frigorífico de suínos e ovinos do Estado. O Fortefrigo será também o primeiro a abater bovinos na cidade. O investimento estimado é de R$ 35 milhões, dos quais R$ 25 milhões já foram executados. A planta terá capacidade diária para abater 700 suínos ou 420 bovinos. O empreendimento é uma iniciativa de Murilo Zancaner, empresário paulista que, já em 1986, encontrou no Pará as condições que queria para investir no setor de agronegócios.
A maior parte do aporte, 80%, foi contratado no Banco da Amazônia em financiamento de dez anos – a outra parte veio de capital próprio. Ele já administra no Pará uma usina de cana em Ulianópolis, a única do Estado, e tem fazendas em Paragominas onde há cultivo de grãos.
Para Zancaner, o maior potencial do empreendimento é o mercado interno. “As pessoas falam que não se consome suíno no Pará, mas é mentira. O que chega aqui vem de Santa Catarina e é de péssima qualidade”. Ele pretende ser referência em fornecimento de carne suína para o Norte. Outra vantagem ante o concorrente do Sul é a maior competitividade logística.
Para driblar a falta de grandes criadores de suínos em Paragominas, o empresário pretende trabalhar em sistema de integração. “Quando os suínos do nosso plantel atingirem 22 quilos, vamos repassá-los a pequenos produtores, que vão ficar responsáveis por continuar a engorda”, explica. O frigorífico fornecerá toda a matéria-prima aos parceiros, que vão vender o suíno pronto para abate. Zancaner conta que há 55 produtores do município classificados para a integração, mas admite que também terá que buscar matéria-prima de fora da cidade.
O mercado externo também está na sua alça de mira. Tanto que ele já vem investindo em tecnologia para atender às exigências do mercado europeu. “Se não encontrarmos abertura, vamos buscar as churrascarias de luxo em São Paulo”, diz.
O otimismo do executivo é tão grande que ele já planejou a planta atual de forma que ela possa receber obras de reforma e ampliação com facilidade. Ele já faz as contas para aumentar a planta em um período de ao menos cinco anos.
O frigorífico deve empregar inicialmente 250 funcionários e gerar mais 250 empregos indiretos. No município, que enfrenta queda nas vagas de emprego ao menos desde 2007, o projeto foi tão bem visto que a prefeitura cedeu um terreno para construir a planta. O empreendimento também é visto como uma possível saída para acabar ou ao menos reduzir o abate clandestino. “Hoje se mata no mato”.