Os candidatos à Presidência devem apresentar planos de governo de médio e longo prazo para o setor de açúcar e etanol. Foi o que afirmou nesta segunda-feira (2/6) a presidente da União da Indústria de Cana-de-açúcar (Única), Elisabeth Farina.
“Um programa de governo que se estenderá por vários anos e que seja consistente em toda a sua direção e como esta política será articulada com o resto da política energética e como é estruturada com a política macroeconômica do governo”, disse.
Elisabeth Farina fez as declarações durante evento que marcou a entrega do prêmio Top Etanol, concedido pelo Projeto Agora, que reúne entidades representativas do setor sucroenergético no Brasil, entre eles, a própria Unica.
O evento teve a participação dos pré-candidatos à Presidência da República Aécio Neves (PSDB) e Eduardo Campos (PSB). Estava prevista também a participação da presidente e pré-candidata à reeleição, Dilma Rousseff (PT), mas ela não compareceu. Dilma esteve em uma cerimônia oficial da Copa do Mundo, em Brasília, com a presença do presidente da Fifa, Joseph Blatter.
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“É muito importante para que o empresário que toma decisões ter previsibilidade e trazer de volta para esse debate racionalidade econômica, que parece ter desaparecido”, disse Elisabeth.
A cadeia produtiva de açúcar e etanol cobra também tributação diferenciada para os combustíveis renováveis em relação ao combustível fóssil; e maior incentivo à inovação, especialmente na melhoria da eficiência dos motores flex.
A presidente da Unica disse ainda, que a entidade está à disposição das equipes dos pré-candidatos à Presidência da República para a discussão sobre as diretrizes do setor.
“Temos documentos, informações do setor, histórico do setor, propostas a fazer. Certamente não são as únicas propostas e estamos abertos a ouvir quais são essas propostas, teremos reuniões com equipes. A gente quer ouvir e havendo espaço, queremos propor, informar, trazer nosso trabalho.”
Biomassa
Sobre o incentivo à energia de biomassa a partir do bagaço de cana-de-açúcar, outra das reivindicações da indústria, Elisabeth Farina reforçou a necessidade de uma “reconfiguração” nos leilões do governo “para considerar atributos positivos da biomassa”.
“A gente tem 60% das usinas que não exportam energia para a rede que em condições mais favoráveis nos leilões poderiam contribuir para o abastecimento da energia elétrica brasileira”, disse ela ao ser questionada sobre as regras do Leilão de Energia de Reserva marcado para 10 de outubro, que foram divulgadas também nesta segunda-feira.
O abastecimento terá prazo de 20 anos, a contar de outubro de 2017. A energia de reserva é para suprir um eventual desabastecimento por parte das hidrelétricas. Foram incluídas a energia eólica, solar, biomassa de resíduos sólidos urbanos (o que não envolve as usinas de açúcar e etanol), biogás e resíduos de estações de tratamento de esgoto.
Elisabeth Farina avaliou de forma positiva, de outro lado, a inclusão do biogás entre as fontes para o leilão de reserva, o que abre espaço para o uso da vinhaça. “Foi muito importante que fosse incluído no conjunto do leilão para sinalizar que o biogás de vinhaça é uma possibilidade dentro do ambiente regulado”, disse ela, destacando que esta ainda é uma sinalização muito pequena diante da demanda do setor.