Pela primeira vez na região Sul do país, a V Conferência Nacional sobre Defesa Agropecuária reúne cerca de 1500 conferencistas para discutir os rumos da defesa agropecuária e como “blindar” as fronteiras do país para fortalecer o agronegócio brasileiro, entre os dias 25 e 28 de novembro, em Florianópolis. O status sanitário diferenciado de Santa Catarina foi um dos atrativos para receber o evento, que tem a missão de debater a defesa agropecuária como um fator de segurança e de desenvolvimento nacional.
Para a palestra de abertura foi convidado o representante da maior entidade ligada à saúde animal: o diretor geral da Organização Mundial de Saúde Animal (OIE) Bernard Vallat, que fará uma “Análise de risco como instrumento de decisão para a permissão do trânsito de produtos agropecuários”.
De acordo com o presidente da comissão organizadora do evento, Enori Barbieri, a defesa agropecuária desempenha um relevante papel na ampliação do comércio exterior brasileiro e precisa ser debatida de forma integrada e multidisciplinar.
“O status sanitário de Santa Catarina é referência nacional. Ter essa excelência em defesa representa uma oportunidade de negócios para os estados e para o país. A abertura de novos e exigentes mercados para os produtos catarinenses são prova disso. A defesa agropecuária pode e deve ser tratada como uma questão de segurança nacional por conta de sua importância em relação à economia do Brasil”.
Barbieri cita a necessidade de criação de uma rede com órgãos, entidades representativas do setor produtivo, ensino, pesquisa, estados e municípios, cada um em seu nível de competência, para garantir a inocuidade e competitividade dos produtos oferecidos ao mercado brasileiro e mundial.
Desafios do agronegócios em debate
Um dos temas em destaque é a discussão sobre as estratégias para a certificação internacional da zona livre de Peste Suína Clássica (PSC) no Brasil, que a partir do ano que vem passará a ser realizada pela OIE. O reconhecimento do organismo internacional vai facilitar o acesso ou manutenção de mercados mundiais mais exigentes especialmente para Santa Catarina, Rio Grande do Sul e Paraná, que representarem juntos cerca de 70% das exportações da carne suína brasileira.
Os assuntos serão divididos em painéis temáticos e mesas redondas: doenças emergentes e reemergentes em suínos, situação atual da Influenza Aviária no mundo, ocorrência de Salmonella Gallinarum e entraves nos procedimentos de vigilância e biosseguridade das granjas, avaliação da eficácia de programas sanitários de erradicação de doenças, legislação atual e adequação dos serviços oficiais para o transporte de materiais biológicos, normatização sobre trânsito de animais mortos e destinação de cadáveres, entre outros temas ligados à inspeção, fiscalização, educação e vigilância.
A V Conferência Nacional de Defesa Agropecuária é realizada pela Sociedade Brasileira de Defesa Agropecuária – SBDA, Secretaria de Estado da Agricultura e da Pesca de Santa Catarina – CIDASC, Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento -MAPA e Instituto Catarinense de Sanidade Agropecuária – ICASA.