Ao completar 80 anos, a BRF consolida sua liderança no setor de proteínas animais no Brasil e no mundo. Os números são expressivos. No ano passado, o Grupo BRF fechou o exercício com receita líquida de R$ 30,5 bilhões, valor 7% superior ao registrado em 2012. O lucro bruto cresceu 17,3%, para R$ 7,3 bilhões, enquanto o resultado líquido aumentou 38%, para R$ 1,1 bilhão. O diretor global de assuntos corporativos da companhia, Marcos Jank, comemora a premiação de maior empresa do agronegócio brasileiro, concedida pela revista Globo Rural, lembrando que a empresa atualmente é a sétima maior do mundo em valor de mercado e a maior do setor em produção. Ele relata que a estratégia da BRF é continuar crescendo principalmente fora do Brasil.
O objetivo é chegar mais próximo do consumidor final, oferecendo produtos de maior valor agregado. “Nossa saída externa é levar carne brasileira para ser processada fora, como é o caso do recente investimento em Abu Dhabi, no Oriente Médio, cuja fábrica será inaugurada agora em novembro. Vamos realizar outros iguais. Para nós, é uma satisfação saber que somos a multinacional brasileira que mais tem perspectivas em proteína animal”, argumenta.
Jank afirmou que as prioridades da BRF são as economias emergentes, com destaque para as nações da Ásia e do Oriente Médio, além da Rússia. Nesses lugares, o aumento da renda per capita e o acelerado processo de urbanização estão levando ao aumento importante do consumo de proteínas. Ele observa que esses países têm enorme mercado e potencial para aprimoramento do sistema de distribuição, mas a produção primária está comprometida pela escassez de terras aráveis e de água, além de limitações climáticas. “Isso abre uma grande oportunidade para o Brasil, que é deixar de ser produtor de ração, como acontece hoje com a soja e o milho, para se tornar exportador de proteína animal. Quando a gente faz essa migração, sai de produtos que valem US$ 500 por tonelada para produtos que valem de US$ 2 mil a US$ 5 mil por tonelada”, afirma Jank. “São produtos que valem de quatro a dez vezes mais a tonelada.”
O principal desafio da BRF para os próximos anos, segundo o diretor, é chegar cada vez mais perto do consumidor e entender melhor a dinâmica dos mercados nos quais atua, para agregar valor aos produtos. Ele explica que essa prioridade leva a empresa a repensar estratégias, como é o caso dos investimentos em carne bovina, cujas unidades de abate foram repassadas para o frigorífico Minerva. “Vamos nos concentrar em proteínas de suínos e aves, mas vamos incrementar os produtos de maior valor adicionado, que nos levem mais próximo do consumidor no mercado internacional”, diz Jank.
Ele observa que no mercado interno a empresa já está muito perto do consumidor, pois as marcas Sadia e Perdigão ocupam o primeiro e o segundo lugares em alimentos. A expectativa é replicar a experiência no exterior.
A comemoração dos 80 anos da BRF, em agosto deste ano, teve como referência a instalação da primeira fábrica da companhia destinada à produção de proteína animal, em 1934 na cidade de Videira (SC). A unidade deu origem à Perdigão. A BRF surgiu em 2009, quando ocorreu a fusão com a Sadia, criada em 1944. A empresa atua nos segmentos de carnes, alimentos processados, lácteos, margarinas, massas, pizzas e vegetais congelados. Além das marcas Perdigão e Sadia, também é dona das linhas de produtos Qualy, Batavo e Elegê. A margarina Qualy é líder de seu segmento.
Atualmente, a BRF opera 47 unidades em território brasileiro e outras dez no mercado externo. A empresa está entre as maiores empregadoras brasileiras, com mais de 100 mil funcionários. Os produtos fabricados pela empresa são exportados para 110 países. Os principais mercados são Oriente Médio, Extremo Oriente, Europa e Américas.