O setor da suinocultura, em Fartura (SP), se recupera aos poucos da crise dos últimos anos. O preço da carne voltou a subir e animou os produtores. Agora eles investem em fases específicas da produção para se manter mercado e esperam que a situação melhore em 2015.
Atualmente a cidade possui 15 produtores que criam 3 mil matrizes. Um deles é o suinocultor José Edmilson Gabriel, que está otimista com recuperação. Ele vem conseguindo 35% de lucro com a venda dos suínos. No ano passado com o setor em crise as contas não fechavam.
O produtor decidiu não fazer todo o ciclo de criação. Manteve 50 reprodutoras e investe só em leitões para corte e para a revenda a outros suinocultores que fazem a engorda. Para este fim de ano a expectativa é de melhores preços. “Mesmo a questão dos insulmos ter subido um pouco por causa da estiagem, a expectativa é boa”, afirma.
O quilo do leitão vivo está custando R$ 8 no município, e deve chegar a R$ 12 até dezembro. Valor que cobre o custo com a produção. Hoje os produtores pagam remédios, vacinas e 70% dos gastos são com ração. Dados do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) apontam que em novembro o quilo do porco adulto vivo no estado custa em média R$ 5,10. Valor que nos tempos de crise era metade disso.
Na última década a atividade diminuiu em Fartura. A região chegou a ter 20 mil matrizes e 200 produtores. O produtor Ivo Soares de Souza Filho foi um dos que decidiu continuar na atividade. Mas para sobreviver em tempos difíceis investiu também em outros segmentos. Ainda há muitas baias vazias na propriedade dele. O suinocultor por enquanto diz que vai manter as 40 porcas, já que algumas estão com muitas de crias.
Ele também preferiu investir apenas na criação e venda de leitões. Mesmo gastando mais com ração, deve ganhar em cada leitão de 20 quilos mais de R$ 170. “O trato dele é com ração especial. Um leitãozinho novo assim a ração é caríssima”, revela.
A Cooperativa dos Criadores de Suínos de Fartura só conseguiu sobreviver aos anos de crise porque também diversificou a atuação no mercado. Além de oferecer os insumos aos suinocultores tem atendido produtores de gado leiteiro e agricultores. Para a gerente da cooperativa, Leila Godoy, a situação vem melhorando. A expectativa é que 2015 seja ainda melhor para o setor. “O custo, que é em base do farelo de soja e milho, eu acredito que não vai influenciar muito para diminuir essa margem de lucro pra eles. Então, os criadores de suínos nesses últimos meses e nos próximos anos vão ter muito que comemorar”, ressalta.