O lucro por ação das empresas que compõem o Ibovespa deve subir 25% em 2013, segundo as estimativas do banco BTG Pactual. Entre os setores, os destaques positivos devem ficar por conta dos resultados da construção civil, cuja expectativa é de alta de 88%, e de petróleo e gás, para o qual o banco espera avanço de 65% nos ganhos neste ano.
Apesar da visão positiva para os ganhos neste ano, os analistas do banco destacam que o cenário ainda “nebuloso” da economia doméstica e internacional pode levar a revisões negativas para as projeções de lucros do ano. Na mesma linha, a previsão atual de que o Ibovespa pode chegar aos 71 mil pontos ao fim de 2013 pode ser considerada otimista.
Parte do aparente bom desempenho do lucro por ação estimado pelo BTG para este ano vem da base de comparação fraca. A estimativa do banco é que o indicador tenha recuado 18% em 2012. Os setores de incorporação residencial e petróleo e gás, apontados como destaques positivos para 2013, estiveram entre os mais prejudicados no ano passado.
Nesse sentido, apesar da perspectiva positiva para esses dois segmentos, o BTG não os elegeu entre suas preferências para renda variável no ano. Em um relatório intitulado “Fique com os nomes de qualidade, ainda que eles não estejam uma barganha”, os analistas do banco recomendam que os investidores fiquem com papéis de setores que apresentam bons fundamentos e façam uma seleção cuidadosa das empresas em que pretendem investir.
Agronegócio, varejo, educação, alimentos, infraestrutura, mineração e empresas financeiras (excluindo os bancos) têm recomendação “overweight”, isto é, com exposição acima da média do mercado, equivalente à compra.
Para papel e celulose, construção civil e bens de capital, o banco tem uma posição mais cautelosa, e indica uma exposição em linha com a média de mercado, equivalente à manutenção das ações.
Já bancos, energia elétrica, petroquímico, saúde, petróleo e gás, siderurgia e telecomunicações trazem menores potenciais de retorno, afirma o BTG. A recomendação é “underweight”, ou exposição abaixo da média de mercado, correspondente à venda.
Com essa estratégia, as preferências ou “top picks” para o ano são: Cosan, Embraer, Autometal, Kroton, Anhanguera, BM&FBovespa, Brasil Insurance, JBS, BRF Foods, CCR, Santos Brasil, Vale, Suzano, Cemig, BR Malls, Even, Pão de Açúcar, Brazil Pharma e Magazine Luiza.