Pressionada por um parecer emitido na noite de ontem pela superintendência geral do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), a JBS disse nesta sexta-feira que demonstrará ao órgão antitruste que os diversos arrendamentos de frigoríficos realizados nos últimos anos “não ferem nenhuma regra concorrencial”.
Em comunicado protocolado na Comissão de Valores Mobiliários (CVM) nesta sexta-feira, o frigorífico diz que “continua existindo no setor intenso grau de rivalidade”. No documento, a JBS afirma que possuia 15,4% dos abates de bovinos no Brasil em 2011, segundo dados do Departamento de Agricultura dos EUA (USDA) e do Anualpec, anuário da consultoria Informa Economics.
A empresa defende, ainda, que a produção agropecuária brasileira apresenta grande concentração. Segundo a JBS, um terço dos bovinos abatidos pela companhia são criados por apenas 3% dos pecuaristas existentes no Brasil.
A JBS entende que cumpriu a legislação vigente. “As operações de arrendamento ou aluguel de ativos não são de submissão obrigatória ao Cade”, afirma o comunicado assinado pelo diretor relações com investidores da empresa, Jeremeiah O’Callaghan. A empresa afirma que submeteu ao órgão antitruste as operações relacionadas a arrendamentos de longo prazo (10 anos) e com opção de compra. Segundo a JBS, a maior parte das operações de arrendamento realizadas pela companhia nos últimos anos são de dois anos.