Embora oficialmente as restrições russas às carnes do Rio Grande do Sul, Paraná e Mato Grosso já durem um ano e oito meses, o Ministério da Agricultura considera o assunto resolvido. Para o Governo brasileiro, cabe agora aos frigoríficos interessados em vender para a Rússia cumprir as exigências impostas pelo maior importador de carne suína e bovina produzida no Brasil. Na última vistoria em solo brasileiro, 20 unidades foram visitadas, sendo que apenas uma estava adequada aos critérios do importador.
“Esses estabelecimentos têm de cumprir um plano de ação corretiva baseado nas exigências apresentadas. O dia em que eles (os russos) acharem que as exigências foram cumpridas, os estabelecimentos voltarão a exportar”, afirmou Ênio Marques, secretário de Defesa Agropecuária do Ministério.
A reunião durou o dia todo de segunda-feira e se estende até hoje. Na pauta, a negociação de acordos que serão assinados amanhã pelo primeiro-ministro russo, Dmitri Medved, e o vice-presidente do Brasil, Michel Temer, para a abertura do comércio. O Brasil importará trigo e, em contrapartida, a Rússia passará a comprar soja em grão e farelo.
Marques lembrou ainda das missões brasileiras que começam a visitar neste mês países com barreiras à carne bovina brasileira devido ao caso não clássico de vaca louca registrado em 2010 em uma fazenda no Paraná.
Parceiro comercial
A Rússia é 19º parceiro comercial do Brasil, relação que em 2012 movimentou US$ 5,9 bilhões, sendo carne bovina, suína, açúcar e fumo os principais produtos exportados:
Apesar do embargo aos três Estados, foi o maior comprador da carne suína brasileira em receita – US$ 367,12 milhões, 24,56% do total.
Também se manteve na liderança entre os compradores da carne bovina brasileira e respondeu por 19% da receita de US$ 5,77 bilhões em 2012, alta de 4,4% em relação a 2011.