A desoneração de PIS, Cofins e IPI dos produtos da cesta básica anunciada na sexta-feira passada deve reduzir os preços das carnes ao consumidor, o que tende a estimular o consumo. Frigoríficos já eram isentos de PIS/Cofins – de bovinos, desde 2010 e de frangos e suínos, desde 2011 – e a principal novidade é mesmo o alívio da carga tributária no varejo. A análise do impacto dessa medida sobre o setor suinícola abrange aspectos positivos e também negativos. Entre os prós, está o fato de que redução dos preços das carnes deve resultar em maior consumo. Por outro lado, a carne bovina e até mesmo a de frango costumam ser preferidas pelo brasileiro, em detrimento da suína. Nesse contexto, a estimativa da Associação Brasileira de Frigoríficos (Abrafrigo) de que a carne bovina, forte concorrente da carne suína, pode ficar de 10 a 12% mais barata, pode ser entendida como ameaça à demanda pela suína.
Desde que a medida foi anunciada, não se notou mudança nos segmentos primário e atacadista do mercado suinícola. Nos últimos dias, as negociações do animal vivo e também da carne no atacado da Grande São Paulo apenas mantiveram-se com quedas semelhantes às que já vinham sendo registradas.
Entre 7 e 14 de março, os Indicadores do Suíno CEPEA/ESALQ desvalorizaram nas regiões pesquisadas pelo Cepea. A queda mais intensa foi em Minas Gerais, de 2,1%, com o quilo do animal passando para a média de R$ 3,65 nessa quinta-feira, 14. No dia 7, produtores e frigoríficos do estado não chegaram a um acordo na Bolsa de Comercialização. Enquanto produtores queriam receber o valor sugerido pela Bolsa, de R$ 3,80/kg, os frigoríficos queriam pagar, no máximo, R$ 3,60/kg. Assim, ao longo da semana, os negócios estiveram entre esses valores.
Em São Paulo, o suíno vivo passou a ser comercializado a R$ 3,28/kg, recuo de 1,5% em sete dias. Nesse mercado, segundo comentários de colaboradores do Cepea, a demanda pela carne ainda esteve enfraquecida. Do lado do suinocultor, os animais já não apresentavam pesos tão baixos, mas também não estavam pesados a ponto de causar um aumento expressivo na oferta.
No Sul do País, a desvalorização mais intensa foi no Paraná, de 2% – nesse estado, o preço do suíno vivo passou para a média de R$ 3,00 nessa quinta-feira, 14. Em Santa Catarina, o recuo foi de 0,7% e, no Rio Grande do Sul, de 0,4%, a R$ 2,92/kg e a R$ 2,84/kg, respectivamente, na quinta.
Quanto ao preço das carcaças no atacado da Grande São Paulo, houve queda de 1,6% na cotação da comum, que passou para R$ 4,98/kg no dia 14, e queda de 1,5% na média da especial, negociada a R$ 5,27/kg na quinta.
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Indicadores de Preços do Suíno Vivo CEPEA/ESALQ |
Carcaça Comum |
||||
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MG |
SP |
PR |
SC |
RS |
SP |
7/mar |
3,73 |
3,33 |
3,06 |
2,94 |
2,85 |
5,06 |
14/mar |
3,65 |
3,28 |
3,00 |
2,92 |
2,84 |
4,98 |
Var. Semanal |
-2,1% |
-1,5% |
-2,0% |
-0,7% |
-0,4% |
-1,6% |
Preço recebido pelo produtor (R$/Kg), sem ICMS
Fonte: Cepea/Esalq.
Para mais informações, acesse: www.cepea.esalq.usp.br/suino