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Comentário Suíno

Recuo da exportação ajuda a explicar quedas sucessivas de preços do mercado de suínos

Já era de se esperar que os preços do suíno vivo e da carne caíssem no período de Quaresma.

Já era de se esperar que os preços do suíno vivo e da carne caíssem no período de Quaresma, tradicionalmente uma época ruim de vendas no mercado doméstico. Alguns agentes consultados pelo Cepea até comentavam que as quedas estariam atreladas, também, à maior oferta de animais para abate em algumas regiões. De fato, a disponibilidade interna de carne pode ter aumentado no período. Isso porque o volume embarcado de carne suína em março, que nos últimos seis anos aumentou fortemente frente a fevereiro, desta vez, recuou 5,5% de um mês para o outro. Em relação à quantidade exportada em março/12, a queda foi de quase 20%. No mês passado, os embarques de carne suína in natura se limitaram a 32,7 mil toneladas, segundo dados da Secex. No mercado nacional, segundo levantamentos do Cepea, os preços do suíno vivo no mercado independente seguem pressionados pelas indústrias compradoras. 

Entre 27 de março e 4 de abril, o preço médio da carcaça comum negociada no atacado da Grande São Paulo apresentou queda de 4,4%, passando para R$ 4,55/kg na última quinta-feira, 4. Quanto à carcaça especial, o recuo foi de 2,1% no período, com o quilo a R$ 4,95 na quinta. Segundo colaboradores do Cepea, mesmo após o período de Quaresma, a demanda pela carne segue enfraquecida. 

Além disso, os agentes do mercado comentam que o fluxo de entrada de carne suína de outras regiões, especialmente do Sul, está ainda maior. De fato, com a queda nas exportações, o volume que fora provisionado para o mercado externo e acabou não sendo embarcado pode, agora, estar sendo direcionado para São Paulo, que é o maior centro consumidor do País. Assim, as indústrias paulistas diminuíram o interesse na aquisição de novos lotes e os suinocultores de São Paulo, em sua maioria independentes, têm sido os mais pressionados nos últimos dias. Entre 27 de março e 4 de abril, o suíno desvalorizou 6,9% no estado, com o Indicador do Suíno Vivo CEPEA/ESALQ passando para a média de R$ 2,96/kg na última quinta-feira, 4.  

Em Minas Gerais, os preços recuaram 3,4% no período, a R$ 3,37/kg na quinta. Nesse estado, além da demanda fraca, o fator de pressão do lado da oferta vem da entrada de carne oriunda do estado de Mato Grosso. Vale lembrar que o estado ainda não está exportando para a Rússia, comprador importante da carne do estado, o que tem feito com que as indústrias mato-grossenses redirecionem suas vendas para o mercado doméstico. Segundo alguns colaboradores do Cepea, as quedas só não foram mais intensas por conta do preço sugerido na Bolsa de Comercialização: de R$ 3,60. 

No Sul do País, houve queda de 5,2% no Indicador do Paraná, onde o suíno foi comercializado, em média, a R$ 2,75/kg nessa quinta. No Rio Grande do Sul, o quilo do vivo passou para R$ 2,73/kg, baixa de 2,8% entre 27 de março e 4 de abril. Em Santa Catarina, a desvalorização do animal foi de 1,4%, a R$ 2,81/kg. 

 

Indicadores de Preços do Suíno Vivo CEPEA/ESALQ

Carcaça

Comum

 

MG

SP

PR

SC

RS

SP

27/mar

3,49

3,18

2,90

2,85

2,81

4,76

04/abr

3,37

2,96

2,75

2,81

2,73

4,55

Var. Semanal

-3,4%

-6,9%

-5,2%

-1,4%

-2,8%

-4,4%

Preço recebido pelo produtor (R$/Kg), sem ICMS

Fonte: Cepea/Esalq. 

Para mais informações, acesse: www.cepea.esalq.usp.br/suino