A estabilização dos preços dos grãos em patamares relativamente altos não terá efeito no barateamento das carnes e na elevação do consumo interno: os preços só irão cair se houver desonerações fiscais no mercado interno. A avaliação é do presidente do Sindicato das Indústrias da Carne no Estado de Santa Catarina (Sindicarne), Clever Pirola Ávila.
No Brasil, o atual consumo per capita de carne de frango está próximo de 50 kg/pessoa/ano e, de carne suína, incluindo os industrializados, em 17 kg/pessoa/ano. Esse consumo pode aumentar timidamente em 2013 e, mantidas as relações atuais de exportação, o crescimento de consumo será vegetativo na ordem de 3%.
A perda da Ucrânia para a carne suína brasileira perturbou o mercado. Ávila explica que fechamentos de mercado implicam de forma imediata numa reação em elevação de estoques e buscas de alternativas de mercados à médio prazo.
O presidente do Sindicarne acredita que esse mercado será recuperado ainda em 2013. Espera esclarecer as situações levantadas pelos ucranianos – que justificariam a suspensão das compras – ainda neste mês de abril, quando missão oficial da Ucrânia chega para uma visita de conhecimento ao sistema brasileiro de produção de carnes. “Esperamos recuperar o mercado ainda neste semestre”, assevera.
Clever Ávila prevê que os custos de produção, neste ano, se manterão em patamares elevados, pressionando a competitividade. A produção terá apenas um crescimento vegetativo. A crise de encarecimento de insumos que ocorreu no ano passado não se repetirá neste ano, mas, os patamares de preços de matérias-primas ainda serão elevados, porém com preços superiores para os produtos cárneos.
O dirigente acredita que a China, mercado aberto em 2011/2012, aumente o volume das compras diretas em 2013 e, os Estados Unidos, que também “abriu” mas não comprou, faça negócios com os exportadores brasileiros de carne suína.