Mercado nacional de suínos ainda sente forte impacto da Rússia

É notável como o mercado suíno brasileiro é abalado pelo desempenho das exportações, apesar de o mercado internacional ser o destino de apenas 18% da produção nacional, segundo dados do USDA. A dificuldade de realocar excedentes de carne suína no mercado interno é grande. De modo geral, o brasileiro não eleva significativamente o consumo da carne suína in natura diante de reduções de preços. No front externo, a Rússia, principal cliente da carne brasileira, tem sido também a principal vilã. Desde 2011, o setor suinícola brasileiro vem a duras penas tentando driblar as restrições impostas por esse comprador. Em março, foi novamente a Rússia o país que mais impactou as exportações. Suas compras totalizaram 9 mil toneladas de carne suína in natura brasileira, redução de 1,9 mil toneladas em relação a fevereiro – contrariando o avanço observado neste período em vários anos; em 2012, por exemplo, houve acréscimo de 41%. 

Nesse cenário, as cotações do suíno e da carne no mercado doméstico seguem recuando. A carcaça comum suína negociada no atacado da Grande São Paulo, entre 11 e 18 de abril, teve queda de 7,1%, passando para a média de R$ 4,24/kg nessa quinta, 18. Quanto à carcaça especial, o recuo foi 6,4%, a R$ 4,53/kg na quinta.

 Quanto aos preços do animal, o Indicador do Suíno CEPEA/ESALQ que mais caiu foi o de Minas Gerais, 5,8% nos últimos sete dias, passando para R$ 2,75/kg nessa quinta. Em São Paulo, a queda foi de 4,8% no período, a R$ 2,75/kg. No Sul do País, a desvalorização mais intensa, de 5,2%, foi observada no Paraná, seguida da queda de 4,9% no estado de Santa Catarina – em ambas as regiões o suíno foi comercializado na média de R$ 2,55/kg na quinta. No Rio Grande do Sul, onde o vivo passou para R$ 2,56/kg, a baixa foi de 3,8%.