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Eldorado Brasil vai ganhar até 15% na produção em 2014

Expansão de desgargalamento da fábrica em Três Lagoas (MS) terá investimentos de US$ 80 milhões e será feita no segundo semestre do próximo ano.

Eldorado Brasil vai ganhar até 15% na produção em 2014

Menos de seis meses após iniciar operação de sua fábrica de celulose de fibra curta branqueada de eucalipto em Três Lagoas (MS), a Eldorado Brasil Celulose já busca um ganho marginal na sua capacidade de produção de 10% a 15%. O investimento é considerado pequeno para os padrões de capital intensivo do setor. São cerca de US$ 60 milhões a US$ 80 milhões, informou José Carlos Grubisich, presidente da empresa.

Essa expansão, chamada no jargão do setor industrial de desgargalamento de linha de produção, será realizada por época da primeira parada para manutenção da fábrica, com reparos gerais de seus equipamentos, prevista para o segundo semestre de 2014. Com isso, a capacidade atual da Eldorado, de 1,5 milhão de toneladas de celulose por ano, vai atingir entre 1,65 milhão e 1,7 milhão de toneladas após a expansão. “Hoje, já temos a maior linha de produção de celulose do mundo e ela ficará ainda maior”, disse o executivo.

Na criação da Eldorado foram investidos R$ 6,2 bilhões, distribuidos em área florestal (150 mil hectares), estrutura de logística (armazéns, terminais, locomotivas e vagões) e a unidade industrial, que foi a parte mais pesada – R$ 4,5 bilhões. O BNDES financiou R$ 2,7 bilhões do investimento e US$ 1,7 bilhão foi aporte dos acionistas – a holding J&F Participações (82%), que também é dona do JBS, e os fundos de pensão Funcef e Petros, cada um com 9% do capital.

Neste ano, quando ainda está ganhando ritmo de velocidade (no momento com 90% de operação), a empresa prevê produzir 1,2 milhão de toneladas. Desse volume, cerca de 40% a 45% vão para Ásia, principalmente China, 40% para Europa e 15% a 20% para as Américas, incluindo o Brasil.

Segundo Grubisich, neste mês a produção vai alcançar 120 mil toneladas e o pleno ritmo mensal da fábrica será atingido em maio. “A capacidade diária é de 4,2 mil toneladas, mas já batemos o recorde mundial de 4,7 mil toneladas em um determinado dia”.

O executivo informou que a empresa vai vender mais celulose no mercado nacional do que as 100 mil toneladas por ano que previu. Agora, a empresa estima comercializar o dobro desse volume a partir do próximo ano.

Segundo ele, a Eldorado vai abocanhar fatias de mercado de concorrentes e ganhar espaço com a expansão da demanda interna. Ele apontou principalmente o maior consumo de papel nas faixas da população que tiveram mais acesso a bens de consumo com o aumento da renda. Onde se verifica aumento mais expressivo da demanda é no segmento tissue, os chamados papéis sanitários.

Além da Eldorado, são produtores de celulose de fibra curta de eucalipto no Brasil a Fibria, a Suzano, a Veracel (joint venture de Stora Enso e Fibria) e outros fabricantes de menor porte.

Para Grubisich, o Brasil deve se apropriar da expansão do mercado mundial para instalar novas linhas de produção de celulose no país nos próximos anos, pois tem a melhor competitividade de custo de produção. Segundo ele, a demanda mundial sobe entre 2% e 3% ao ano, o correspondente a 1,5 milhão de toneladas. “É uma fábrica como a nossa por ano”.

Na sua avaliação, com projetos eficientes, o país pode deslocar concorrentes com menor poder de competição, como fabricantes América do Norte e Europa, que têm fechado unidades de produção obsoletas. E também da Ásia.

No Brasil, o eucalipto leva de cinco a sete anos para alcançar a idade de corte, ante 30 anos no Norte da Europa, EUA e Canadá. “Temos condições de ocupar esse espaço”, afirmou. Segundo informou, o crescimento da demanda ocorre mais fortemente nos mercados emergentes, liderados pelo mercado chinês. “Lá, o consumo de papéis sanitários é o que mais cresce – média de 12% a 15% ao ano”, disse Grubisich, que acabou de voltar de uma viagem de cinco dias ao país visitando clientes.

A Eldorado projeta receita de R$ 1,7 bilhão, com resultado operacional já positivo, neste ano. Em 2014, à plena capacidade, a previsão é superar R$ 2 bilhões.