Se o tomate foi o vilão da inflação no primeiro semestre, milho e carnes em geral prometem ser a sua antítese no restante do ano. A atual safra brasileira e internacional de milho está revertendo a valorização que vinha do ano passado por conta da escassez em importantes países produtores como os Estados Unidos. Por se constituir na base para alimentação de suínos, aves e suplementação de alimentação para bovinos, as variações deste grão também afetam o preço das carnes em geral.
Dados da Secretaria de Agricultura do Paraná (SEAB-PR), maior estado produtor de milho do país, mostram que os preços do milho no atacado de dezembro/12 (mês com pico de preços) a maio/13 caíram 27%, sendo que somente de março/13 para maio/13 a queda foi de 14%. Como consequência, as carnes suínas e de aves apresentaram quedas de 20% e 11%, respectivamente, no mesmo período.
Segundo Gabriel Ferreira, analista do portal de informações agrícolas AF News, o milho segue em queda por conta da colheita de verão no Brasil, com aumento da oferta de fevereiro a abril nos estados do Sul e Sudeste. Além disso, o país tem o privilégio de colher uma segunda safra entre junho e agosto no Sul e Centro-Oeste. No entanto, os preços atuais ainda encontram-se acima dos preços mínimos estipulados pelo governo no Sul e Sudeste, mas com tendência de queda para os próximos meses.
Ainda de acordo com Ferreira, a colheita de milho recorde na Argentina e os bons prognósticos de área plantada na Ucrânia e principalmente Estados Unidos (países que juntamente com o Brasil são os maiores exportadores mundiais) devem colaborar para o prosseguimento das quedas dos preços no mercado brasileiro, puxando para baixo o custo das carnes, principalmente de aves e suínos.
De acordo com o último levantamento da CONAB (Companhia Nacional de Abastecimento) a produção brasileira de milho em 2013 será de 78 milhões de toneladas, indicando um aumento de 7,5% em relação a 2012.