A Felda Global Ventures Holdings, a terceira maior gestora mundial de plantações de palma, planeja usar US$ 2 bilhões em caixa para expandir seus negócios fora da Malásia, que tem poucas terras disponíveis. A companhia vai aproveitar preços mais baixos para comprar mais terras na vizinha Indonésia este ano e iniciar o processamento de borracha em Mianmar, além formar um centro de processamento e armazenamento de óleo de palma por meio de joint venture na África Ocidental, disse o CEO Sabri Ahmad.
“Os preços das plantações estão mais razoáveis agora”, afirmou Sabri Ahmad em uma entrevista em Kuala Lumpur, onde é a sede da Felda. “Há muitas oportunidades. A Malásia atingiu o limite de terras que pode usar para o cultivo de palma”. O governo local também informou, em março, que o plantio não poderá crescer muito acima dos níveis atuais.
Como os preços do óleo de palma triplicaram de 2006 a março de 2008, os produtores do Sudeste Asiático expandiram os cultivos para outros locais, estimulando a Sime Darby Bhd e a Golden Agri-Resources, os dois maiores produtores mundiais de óleo de palma, a migrar a produção para países com climas também adequados à cultura, como a Libéria.
A Felda planeja gastar 300 milhões de ringgit (cerca de US$ 96,3 milhões) para comprar e plantar outros 20 mil hectares de palma na província de Kalimantan, na Indonésia, conforme Sabri. No ano passado, a companhia adquiriu cerca de 15 mil hectares por meio de sua fatia de 95% na empresa PT Citra Niaga Perkasa.
A Malásia, a segunda maior produtora mundial de palma depois da Indonésia, tinha uma área plantada com palma de cerca de 5,1 milhões de hectares no fim de 2012, de acordo com dados do Conselho de Óleo de Palma do país asiático. A produção da nação do Sudeste Asiático deverá totalizar 18,9 milhões de toneladas em 2013, depois de uma safra recorde em 2011, segundo o conselho. A safra da Indonésia poderá crescer 9% este ano, para 28 milhões de toneladas, conforme o integrante do conselho do produto na Indonésia, Derom Bangun. Indonésia e Malásia respondem por cerca de 85% da produção global de palma, cujo óleo é usado em alimentos, cosméticos e biocombustíveis.
A Felda está em negociações, há cerca de um ano, para criar um centro de processamento e armazenamento de óleo de palma na África Ocidental . A empresa estima que chegará a um acordo até dezembro, disse Sabri, sem informar a localização exata. O centro será usado pela empresa para processamento, embalagem e distribuição para a região.
Cerca de um milhão de hectares de terras estão disponíveis para o desenvolvimento na África Ocidental e no Centro do continente , segundo Doug Hawkins, especialista em agronegócio da Hardman & Co, uma empresa de pesquisa de mercado, com base em Londres. A trading Olam, com base em Cingapura, e a Wilmar International também estão expandindo suas operações na região, com interesse na Costa do Marfim e Gana.