O advogado Sérgio Bermudes confirmou nesta segunda-feira que seu escritório representa a Bertin em processo contra a empresa Blessed por conta da transferência de cotas do fundo Bertin-FIP para a própria Blessed. É por meio desse fundo que a família Bertin detém ações da JBS.
Segundo Bermudes, a transferência dessas cotas ocorreu de forma ilegal, uma vez que ela foi feita “mediante assinatura falsa”. “[A transferência] é nula e vai ser, pela ilicitude, anulada”, afirmou o advogado.
Conforme noticiou o jornal Folha de S. Paulo, o escritório de Sergio Bermudes trabalha com a hipótese de que a Blessed, sediada no Estado americano de Delaware, pertença à família Batista, que controla a JBS.
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“Estamos trabalhando com essa hipótese”, reafirmou Bermudes ao Valor. Questionado pela reportagem sobre quais são os indícios que apontariam que a Blessed é controlada pelos Batista, o advogado preferiu não comentar. “Por enquanto, essa é uma matéria interna do escritório, eu não posso fazer declaração sobre isso”, afirmou. Procurada pelo Valor, a JBS informou que não tem qualquer relação com a Blessed.
No formulário de referência protocolado pela JBS na Comissão de Valores Mobiliários (CVM), a Blessed está vinculada à própria Bertin. No documento, a Blessed aparece como uma das cotistas da Bertin-FIP, com 65,79% do fundo. A Bracol Holding detém as cotas restantes do fundo (34,2%).
Bermudes nega que a Bertin tenha relação com a Blessed. “Eu queria saber [quem são os donos da Blessed. Dos Bertin, ela não é”, garantiu.
