Para evitar ressentimento, discussões, solução é sinalizar ao se sentir ofendido, sem perder a elegância. Chefe grosseiro, que dá bronca daquelas na frente da equipe,colega folgado, que rouba créditos de um trabalho feito em grupo, família, que insiste em dar palpite nas suas decisões pessoais, situações que fazem até a pessoa mais zen perder a linha e o melhor é mesmo reagir, independentemente do ocorrido.Pais não costumam estimular filhos a expressarem o que sentem, ao contrário: acabam reforçando conceitos como o de que é preciso respeitar os mais velhos, aceitar ordens sem questionar, evitar brigas com colegas, irmãos e assim por diante, com o tempo, a tendência é incorporar esse comportamento como um padrão. Isso torna pessoas incapazes de dizerem o que sentem com receio de ferir o outro, problema é que, nessa situação, nos colocamos sempre numa posição inferior, dando mais importância ao que o outro sente do que ao que nós sentimos, e um erro. Geralmente, quem paga para não entrar em uma discussão costuma usar argumentos como: não compensa implicar por isto ou não vou me desgastar por pouca coisa, mas de acordo com a psicologia é fundamental começar a dar atenção a esses pequenos acontecimentos, principalmente se eles deixam uma marca na sua vida e frequentemente voltam à memória. Guardar tudo o que sente é uma fonte de ansiedade, estresse muito grande, com o tempo, esse comportamento levara ao desenvolvimento de atitude depressiva, quando a pessoa passa a desempenhar as atividades diárias sem nenhum entusiasmo, guardar demais emoções negativas pode influenciar na maneira como os outros o enxergam. A pessoa pode passar uma imagem de falta de comprometimento em relação a si mesma e às suas relações afetivas.
Solução e colocar para fora tudo o que sentimos, pensamos, aproveitando aquele impulso de raiva ou tristeza? Não, exatamente, mais inteligente é deixar claro que você se sentiu ofendido, porém, sem perder o equilíbrio. Pessoas que reagem instintivamente, sem antes refletir sobre o acontecido, se envolvem em discussões desgastantes, saem mais magoadas e não conseguem resolver o caso de um jeito eficiente, expressão “quem fala o que quer, ouve o que não quer” veste os mais impulsivos como uma luva. Quem não tem pressa de responder consegue analisar a situação e expressar o que sentiu no momento mais propício, é sempre melhor deixar para voltar ao assunto numa ocasião que o lado racional poderá falar mais alto que o emocional, expressar-se da maneira correta não é tarefa fácil e pode exigir algum treino. Aprendi a me imaginar na situação de desconforto e criei uma fala, uma resposta que gostaria de ter dado naquele momento, discurso deve ser repetido em frente ao espelho até que haja segurança sobre adequação das palavras, mensagem, isso é o suficiente para que qualquer pessoa se prepare para enfrentar seu interlocutor, retomar um assunto pendente, sendo claro em relação àquilo que se pensa, é preciso pensar não apenas sobre o que se vai verbalizar, assumindo uma postura séria, um olhar firme e tom de voz adequado.
Sinceridade e cautela devem sempre caminhar juntas durante uma conversa difícil, boa estratégia é iniciar o diálogo falando das próprias percepções, em vez de começar acusando o outro. Isso porque, ao perceberem que estão sendo julgadas, as pessoas podem se sentir acuadas e naturalmente se prepararem para o ataque. Prefira relatar como você se sentiu em relação ao que a pessoa fez, pior do que engolir sapo é remoer o ressentimento por tempo indeterminado. No entanto, às vezes é preciso reconhecer a impossibilidade de falar exatamente o que se sente. Responder a grosseria de alguém com cargo superior ao seu no trabalho, por exemplo, pode ser um tiro no pé, assim como discutir com autoridades públicas, situações como estas, é preciso ter em mente que você não reagiu por uma questão de estratégia e não porque foi incapaz de verbalizar o que sentiu. Em vez de remoer, aceite que tomou a atitude mais sábia e inteligente, mas fale, ate porque, geralmente, essa pessoa e importante pra você, equipe, empresa e vida.
Por Valter Bampi, médico veterinário, professor universitário, especialista avícola e diretor da Bampi Consultoria.