Indústrias que geram grande variedade de produtos a partir da biomassa, tal como refinarias de petróleo, mas utilizando matérias-primas renováveis, são chamadas de biorrefinarias. Os avanços nas pesquisas, no setor produtivo e nos programas de incentivo a essas empresas estarão em debate no II Simpósio Nacional de Biorrefinarias – SNBr, que acontece de 24 a 26 de setembro, em Brasília/DF. O evento é promovido pela Embrapa Agroenergia em parceria com a Associação Brasileira da Indústria Química (Abiquim) e a Sociedade de Engenharia Química e Biotecnologia da Alemanha (Dechema).
Entre as entidades que apoiam o evento está a Associação Brasileira das Indústrias de Química Fina, Biotecnologia e suas Especialidades (Abifina). A instituição considera que o uso de biomassa para a produção de especialidades químicas será viável no futuro e quer acompanhar de perto o progresso das pesquisas, informa o vice-presidente Marcos Oliveira. “O Brasil tem uma posição muito competitiva na produção de biomassa, mas estamos engatinhando nos programas de pesquisa tecnológica relacionados a ela. Ainda há pouca divulgação deste assunto fora dos meios especializados e nossa expectativa é de que o simpósio possa ajudar a difundir o tema”, comenta.
A indústria da química fina gera produtos com alto grau de pureza e inclui os segmentos de fármacos e medicamentos, defensivos agrícolas, vacinas, defensivos animais, catalisadores e aditivos, corantes e pigmentos orgânicos, e intermediários de sínteses. De acordo com Oliveira, nos Estados Unidos, Canadá e alguns países asiáticos, há intensos programas de pesquisa focados no uso de fontes renováveis para obter produtos da química fina. Muitos deles envolvem o conceito de biorrefinaria.
A produção de etanol combustível ou eteno para a fabricação de bioplásticos a partir de materiais celulósicos é uma das áreas em que a pesquisa para uso da biomassa no conceito de biorrefinarias está mais avançada, na opinião do vice-presidente da Abifina. Ele ressalva, no entanto, que o uso comercial dessa tecnologia ainda esbarra no alto custo das enzimas utilizadas no processo. Soma-se a isso a recente produção de gás de xisto a preços muito competitivos nos Estados Unidos, o que dificulta a colocação do produto de origem renovável, com custo mais alto, no mercado.
No II Simpósio Nacional de Biorrefinarias, serão apresentados os esforços de instituições brasileiras e estrangeiras, particularmente na área da pesquisa, para vencer essas barreiras. Entre os palestrantes, estarão especialistas da Alemanha, Estados Unidos, Espanha, Holanda, Inglaterra e Noruega.
As inscrições estão abertas no site www.snbr2013.com.br e os interessados podem se cadastrar com desconto até 16 de agosto. Além da Abifina, o Simpósio tem o apoio institucional do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, da Internacional Union of Pure and Applied Chemistry (IUPAC), da Sociedade Ibero-americana para o Desenvolvimento das Biorrefinarias (Siadeb), da Sociedade Brasileira de Química (SBQ), da Associação Brasileira da Indústria da Cana-de-açúcar (Unica), da Associação Nacional de Pesquisa e Desenvolvimento das Empresas Inovadoras (Anpei) e do Conselho Regional de Química do Estado de São Paulo (CRQ IV Região). A Braskem e o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) patrocinam o evento.