Ontem, dia 20, a Coopercentral Aurora Alimentos embarcou o primeiro lote de carne suína ao Japão. São 24 toneladas de cortes especiais congelados de lombo, sobrepaleta e barriga. Esse é o primeiro de uma série de embarques já contratados. o Estado é o único do Brasil com frigoríficos credenciados para exportação da carne suina, por ser livre de febre aftosa sem vacinação.
O presidente Mário Lanznaster manifestou grande otimismo com o relacionamento comercial que se inicia com o Japão. “Criamos uma linha industrial para produzir com esmero os cortes especiais que o mercado japonês exige”, disse.
O gerente geral de exportação Dilvo Casagranda destacou que os negócios efetivamente fechados com importantes importadores – como os grupos IBC Corporation e Sumitomo Corporation, ambos de Tóquio – confirmam o grande potencial de consumo do Japão.
Casagranda destacou que a equipe de exportação da Aurora trabalha em conjunto com as áreas de qualidade, planejamento da produção e indústria, sob orientação dos clientes, na definição correta dos padrões dos cortes e das embalagens de acondicionamento do produto. “Estamos tratando de uma produção específica, detalhista com muitas exigências no processo até alcançar o produto demandado pelo mercado japonês”, esclareceu.
Ele observou que o Japão não aumentará o volume de suas importações apenas porque abriu o mercado para o produto brasileiro. O Brasil terá que disputar o fornecimento para o mercado japonês, hoje, abastecido por Estados Unidos, Canadá, Dinamarca, México e Chile. Essa competição será definida pelos aspectos técnicos de atendimento aos padrões exigidos, o cumprimento de prazos e demais condições estabelecidas nas negociações. “Estamos otimistas porque temos potencial capacidade e credibilidade para atender uma boa fatia deste mercado, consolidando o longo trabalho de muitas pessoas e instituições. Acredito que podemos atender no longo prazo até 20% da demanda Japonesa de carne suína”, disse Casagranda.
O mercado japonês importa cerca de 1,2 milhão de toneladas de carne suína por ano, mas, o Brasil participará da disputa apenas da fatia de carne congelada, atualmente em torno de 500 mil toneladas ao ano. A parcela da carne cozida (em torno de 400 mil toneladas anuais) ainda é muito incipiente no conceito produtivo brasileiro. As 300 mil toneladas de carne resfriada é uma demanda que o Brasil não está apto a atender por questões de logística de entrega: especialmente pela distância Brasil-Japão.
Lanznaster sublinhou que o Brasil tem poder competitivo lastrado em sanidade, estrutura de plantas industriais modernas, preço, qualidade e tradição de pontualidade, comprovada no fornecimento de carne de frango há mais de 30 anos.
A unidade FACH1 da Aurora, em Chapecó, habilitada para exportação para o Japão, ajustou o processo industrial, para atender os requisitos do mercado. Desenvolve cortes específicos de acordo com os clientes, alguns dos quais são os mesmos importadores de carne de frango, o que aproveita uma relação comercial consolidada.