Uma comitiva do Governo do Tocantins viaja a capital da Rússia, Moscou, nesta quinta-feira, 12, para participar da World Food Moscow 2013. O objetivo, segundo o secretário Jaime Café, é ampliar o mercado consumidor, visto que o Tocantins já exporta carne para aquele país. “No ano passado recebemos um grupo de empresários russos, um dos principais compradores de carne do Brasil, que nos convidou para participar desta feira. O objetivo é apresentar o potencial do Estado e ampliar o mercado”, informou.
O evento reúne delegações de chefes de Estado, instituições financeiras e grandes grupos empresariais. A viagem oficial segue até o dia 19 de setembro.
Destaque na Agropecuária – Apesar da pouca idade, o Estado do Tocantins é um destaque na agropecuária brasileira. As novas tecnologias utilizadas na produção e modernização da gestão rural, aliadas a vocação natural e extensão territorial, permitem ao Estado alcançar bons índices na produção e comercialização da carne bovina.
No Estado existem frigoríficos com Serviço de Inspeção Estadual em seis municípios. Já o Serviço de Inspeção Federal está em sete municípios, sendo que os frigoríficos de Araguaína e Gurupi são os maiores em abate de bovinos destinados à exportação. A carne e os derivados chegam a diversas regiões brasileiras e são exportados para vários países, especialmente da Ásia e Europa. A exportação tocantinense envolve além da carne, com ou sem osso, outros subprodutos, como miúdos, couro, ossos que se transformam em ração animal, conforme a cultura dos países importadores.
Números – Dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex), ligado ao Ministério de Desenvolvimento Indústria e Comércio Exterior, mostram que a exportação do Tocantins registrou um crescimento de 11,9% no primeiro semestre de 2013, se comparado ao mesmo período de 2012. Nos seis primeiros meses do ano, o Estado exportou 481.794.068 kg de produtos, movimentando US$ 337 milhões, enquanto que em 2012 foram 431.132.479 kg comercializados e US$ 301 milhões gerados.
O grande destaque deste crescimento na exportação vai para a produção e venda de carne bovina, seus produtos e subprodutos, como rabos de bovinos congelados. Este último produto registrou um aumento de 640,87%, saltando de 2.021 kg para 15.486 kg vendidos para outros países. Carnes desossadas de bovinos congeladas, frescas e refrigeradas também registraram um acréscimo de 30%, de 15.346.051 kg para 20.028.512 kg. A carne representa cerca de 5% do total exportado pelo Estado em quilos. Vários países estão em processo de redução do rebanho, entre eles: Estados Unidos, Canadá, Argentina, Uruguai e Austrália, fator que irá garantir a venda de carne brasileira por vários anos.
Segundo levantamento da Agência de Defesa Agropecuária (Adapec), o rebanho bovino soma um total de 8.075.517 animais, ocupando a 11ª colocação no ranking nacional. Os municípios com maiores rebanhos são: Araguaçu, com 280.448 cabeças; Araguaína, com 223.364; Formoso do Araguaia, com 220.366; e Peixe, com 201.899 animais.
Desafio – “Romper a cultura de tirar da terra e não devolver. Fazer com que o nosso pecuarista tradicional passe a aderir às novas práticas e cuidados, não apenas com a questão de raça e genética, mas também com a da pastagem”, é o desafio para expansão da pecuária tocantinense apontado pelo secretário de Agricultura e Pecuária, Jaime Café.
A pecuária é um dos pilares da economia tocantinense, são mais de 8 milhões de cabeças criadas, quase que exclusivamente à base de gramíneas, em aproximadamente oito milhões de hectares de pastagens. Destes, estima-se que em torno de cinco milhões apresentam produtividade abaixo do potencial. A produção de carne neste sistema, o denominado “boi a pasto” é um atrativo junto aos mercados consumidores.