O Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) arquivou, nessa quarta-feira, a consulta que foi proposta pelo empresário Abilio Diniz com o objetivo de verificar se haveria alguma oposição do órgão antitruste ao fato de ele permanecer como acionista do Grupo Pão de Açúcar e da BRF. O motivo foi simples: Diniz fez um acordo com o grupo francês Casino, em setembro, e deixou o Pão de Açúcar.
“O extrato fático em que se formulou a consulta não mais existe”, disse a conselheira Ana Frazão, relatora do processo. Quando chegou ao Cade, em 1º de julho, o caso passou a ser considerado como um dos principais desafios a serem decididos pelo Cade. Caberia aos conselheiros responder se um empresário poderia atuar em duas empresas concomitantemente, sendo que uma é fornecedora de produtos para a outra.
O Cade teria que dizer se concorrentes não seriam prejudicados por eventuais estratégias de mercado envolvendo a BRF e o Pão de Açúcar. Uma dessas estratégias poderia ser, por exemplo, a assinatura de contratos pelas empresas em condições melhores do que aqueles feitos com outras redes.
A expectativa era a de que a consulta de Diniz resultasse na formulação de um entendimento geral sobre o assunto. Mas, com o acordo entre Diniz e o Casino e a saída do primeiro do Pão de Açúcar, o caso acabou. A relatora explicou brevemente que não há motivos para que isso seja julgado e seu voto foi seguido por unanimidade pelos demais integrantes do órgão antitruste.