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GraalBio inicia ciclo para produzir etanol celulósico

Grupo recém-criado pela família Gradin deve investir R$ 1 bilhão em biocombustíveis e estuda rota bioquímica a partir do etanol.

GraalBio inicia ciclo para produzir etanol celulósico

A GraalBio, empresa do grupo Graal, que pertence aos irmãos Bernardo e Miguel Gradin, deverá investir cerca de R$ 1bilhão para a produção de biocombustíveis de segunda geração nos próximos anos. Ontem, a companhia anunciou a construção de sua primeira fábrica de etanol celulósico em Alagoas, conforme antecipou o Valor. O investimento nessa unidade, que entrará em operação a partir de dezembro de 2013, será de R$ 300 milhões.

Fundada pelos irmãos Gradin, a GraalBio realizou ontem em São Paulo um evento que reuniu empresários do setor petroquímico, sobretudo, para anunciar os projetos da família em biotecnologia. O BNDES deverá financiar parte da unidade que será erguida em Alagoas, com cerca de R$ 170 milhões. O banco tem carteira de R$ 3,1 bilhões para fomentar a produção de biocombustíveis de segunda geração, em parceria com a Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação, afirmou Luciano Coutinho, presidente do BNDES, que participou do evento.

Além de uma unidade comercial, que deverá produzir 82 milhões de litros de etanol por ano a partir da palha e do bagaço da cana, a empresa recém-criada vai investir em uma estação agrícola experimental de novas variedades de cana, uma unidade-piloto para desenvolver rotas bioquímicas e um centro de pesquisa e desenvolvimento. A expectativa é ter até cinco fábricas de etanol celulósico em operação nos próximos anos, segundo Bernardo Gradin. “Queremos ter uma fábrica por ano em operação.”

Nesses últimos 18 meses, desde que deixou a presidência da Braskem, Gradin tem se dedicado ao novo projeto da companhia, que foi “idealizado em um rascunho de papel”. No ano passado, Gradin assinou um memorando de entendimentos com a Beta Renewables, joint venture entre a Chemtex, braço da companhia italiana Mossi & Ghisolfi (M&G). Gradin fechou parceria com a Beta para usar a tecnologia Proesa e firmou contratos com outros grupos, como a Novozymes para o fornecimento de enzimas e DSM, que providenciará as leveduras geneticamente modificadas que fermentarão o etanol de segunda geração. Guido Ghisolfi, vice-presidente da M&G, afirmou que o primeiro contrato para a venda da tecnologia da companhia italiana foi com a GraalBio. Há negociações em curso com outros grupos.

Gradin tem viajado nesses últimos meses para Europa e Estados Unidos para conhecer projetos inovadores voltados para biotecnologia. Uma de suas metas, ainda sem uma previsão para colocar em prática, é a produção de bionafta, reduzindo assim a dependência de matérias-primas fósseis.