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Ovos

Ovos: Em busca da desculpa perfeita

Antigo vilão do colesterol, hoje o ovo está em todas as mesas.

Ovos: Em busca da desculpa perfeita

A cada nova descoberta sobre um alimento antes proibido, comemora-se a deliciosa liberdade de poder enfiar o pé na jaca com o aval da ciênciaSão Paulo, 25 de Maio de 2012 – Se até algum tempo atrás você controlava o consumo de ovo, antigo vilão do colesterol, agora sabe que pode comer, sem medo, um por dia, ou ao menos três por semana, com gema e tudo. Também foi assim com o chocolate, que protege o coração, e até com a cerveja, que ganhou status de iguaria do bem em diversas pesquisas. A cada nova descoberta sobre um alimento antes proibido, comemora-se a deliciosa liberdade de poder enfiar o pé na jaca com o aval da ciência.
Hoje sabemos que até determinados tipos de gordura são essenciais. Mas tanta novidade também pode confundir e criar um hábito tão nocivo quanto a automedicação: a confiança excessiva nesse tipo de informação. Não vale a pena se precipitar e mudar a alimentação conforme cada nova pesquisa divulgada por aí.

Artigo no “Jornal da Associação Médica Americana” questiona a capacidade dos testes clínicos das universidades norte-americanas de fornecer recomendações médicas confiáveis.
O pesquisador Robert Califf debruçou-se sobre os trabalhos dos colegas e constatou que a maioria dos estudos nos EUA é feito com um número pequeno de pessoas, e menos de 15% das principais diretrizes médicas são baseados em evidência de alta qualidade.
Califf apurou que, entre 2007 e 2010, testes com menos de cem pacientes foram 62% do total, e só 4% previam mais de 1.000 voluntários. Apesar de estudos com menos pacientes serem apropriados em diversos casos, é menos provável que possam fornecer informações amplas e suficientes “para determinar a eficácia de tratamentos com efeitos modestos e para comparar tratamentos eficazes e permitir decisões práticas melhores”, sugere o artigo.

As pesquisas

O modelo perfeito de pesquisa é quase um sonho dourado: testes em uma população enorme de gêmeos divididos em dois grupos e no mesmo ambiente – o que nenhum cientista conseguiu e dificilmente conseguirá. Logo, sair por aí se permitindo abusos só porque alguém publicou numa rede social o link sobre mais um novo estudo pode ser uma grande roubada.
Enquanto a ciência tenta avançar nas descobertas, ainda é mais seguro confiar em uma orientação médica específica para seu organismo. Ninguém precisa se privar do chocolate ou da cerveja. É mais sensato apostar na sábia máxima para tudo na vida: o equilíbrio.