Em um dia negativo para a bolsa, a repercussão dos resultados do quarto trimestre do Minerva, divulgados na terça-feira após o fechamento do mercado, trouxe perspectivas otimistas para os demais frigoríficos.
“Esperamos que o quarto trimestre seja particularmente vantajoso para os exportadores, como o Minerva, na medida em que eles devem conseguir capitalizar uma demanda mais forte, impulsionada por três meses de real mais fraco”, disseram os analistas Rebeca Sarmiento e Jose Yordan, do Deutsche Bank, em relatório.
No último trimestre de 2011, as receitas com exportações do Minerva cresceram 77% em relação ao quarto trimestre de 2010, puxadas pela alta de 63% nos volumes e por um preço médio 8,5% maior.
.Em meio ao cenário mais otimista para o setor, as ações do JBS subiram 1,36%, a segunda maior e uma das poucas altas do Índice Ibovespa, que fechou em baixa de 2,76%. O otimismo, contudo, não segurou a queda de 1,25% das ações do Marfrig.
Os papéis do Minerva, que não fazem parte do Ibovespa, por sua vez, tiveram forte valorização e subiram 6,5%, refletindo também o resultado acima das expectativas do mercado: o lucro registrado no quarto trimestre foi de R$ 15 milhões, enquanto o consenso apontava para R$ 12,9 milhões.
O Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) foi de R$ 166 milhões, alta de 36,5% frente ao mesmo período de 2010. A margem Ebitda, que mede a relação desse resultado como proporção da receita, passou de 9,8% para 10,7%. A empresa reduziu ainda seu grau de alavancagem, para 3,65 vezes (dívida líquida versus Ebitda), ante as 3,97 vezes registradas no quarto trimestre de 2010.
Apesar dessa melhora operacional, o Barclays Capital manteve recomendação de manutenção das ações, à espera de melhores sinalizações sobre a geração de caixa.