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Energia

Indiana Suzlon vende 100% de seu parque eólico do CE

Projeto contempla cinco parques eólicos com potência instalada de 136,5 MW, cujo início das operações para o fim do ano.

Indiana Suzlon vende 100% de seu parque eólico do CE

A companhia indiana Suzlon vendeu cinco parques eólicos localizados no Ceará, com capacidade de 136,5 megawatts (MW) instalados, para o Fundo de Investimento em Participações em Infraestrutura (FIP) IE BB (Banco do Brasil) Votorantim Energia Sustentável I, II e III e para Enerplan, empresa de energia do grupo gaúcho Oleoplan. O valor do negócio é de R$ 540 milhões. A Suzlon, quinta maior fabricante de turbinas eólicas do mundo, vai se manter no projeto como fornecedora dos equipamentos.

O FIP IE BB Votorantim Energia Renovável vai ficar com 60% do projeto e o grupo gaúcho com os 40% restantes. A operação, concluída na sexta-feira, foi estruturada pelo Banco Pine.

A divisão brasileira do grupo indiano tinha adquirido esse cluster eólico, instalado na cidade Trairi, no Ceará, da empresa portuguesa Martifer Renováveis Geração de Energia. Esse projeto, que já tem toda a geração comercializada em leilão de reserva de 2009, deverá entrar em operação no último trimestre deste ano.

“Acreditamos muito nesse projeto, mas temos um perfil epecista [EPC, na sigla em inglês, que significa um pacote de engenharia, compra de bens e serviços e construção]”, afirmou ao Valor Arthur Lavieri, CEO da Suzlon no Brasil. “Concluímos o ano de 2011 com 38% do total de MW conectado no Brasil em projetos eólicos”, disse.

Com R$ 1,3 bilhão em carteira no Brasil, a Suzlon conta com fornecimento a projetos eólicos para 365 MW, afirmou Lavieri. No mundo, a carteira é de € 7,5 bilhões e 18 mil MW já instalados.

A Oleoplan, controladora da Enerplan, pretende elevar sua participação no setor de energia, disse Diego Velho, principal executivo de finanças da Oleoplan, empresa gaúcha especializada na produção de grãos e biodiesel. A empresa já tem dois parques eólicos em Viamão (RS), um de 11 MW e outro de 27 MW, que devem entrar em operação em 2013 e 2015, respectivamente. “Nossa meta é encerrar 2012 com projetos de 100 MW, que já está praticamente batida”, informou Velho ao Valor. Os dois projetos “greenfields” (construção a partir do zero) da companhia mais essa aquisição somam cerca de 90 MW.

Originalmente uma empresa de grãos, a Oleoplan desde 1980 dedica-se à extração de óleos vegetais, sobretudo soja, sua principal matéria-prima. Com atuação na área de agronegócios, a companhia diversificou suas atividades e passou a produzir biodiesel a partir de 2007. A companhia tem um parque fabril em Veranópolis (RS) dedicado a biodiesel. A Enerplan, que se tornou o braço de energia da Oleoplan, ainda está inoperante.

Segundo Orestes Gonçalves Júnior, diretor de operações estruturadas do banco Pine, a entrada de companhias novas no setor de energia é bem-vinda, uma vez que os atuais investidores são tradicionais nesse mercado. O banco já atua como “adviser” em operações de fusões e aquisições no setor de infraestrutura.

O potencial eólico a ser instalado no país é estimado em 7 mil MW, com um investimento em equipamentos de geração de R$ 16 bilhões, de acordo com Lavieri.