Uma das semanas mais importantes no calendário nacional está chegando ao fim. Esta semana, dia 24 de julho, marcou a comemoração do Dia Nacional do Suinocultor, seguido do Dia do Colono e Motorista. Estas classes juntas, indiscutivelmente são as mais importantes do País. Sem o produtor (colono) que produz e o motorista (caminhoneiro) que transporta, não seria possível abastecer a população urbana, que devido a falta de uma política ju$ta para o agronegócio, a cada dia cresce mais. A incoerência ou incompetência de muitos dos nossos governantes está massacrando o setor primário que produz carnes. É inadmissível ser o segundo maior produtor de milho e soja, e ver tudo isso indo embora sem ter uma proteção ou garantia para quem produz carne.
O Brasil das incoerências não tem capacidade de sobretaxar as exportações quando o produtor de grãos está tendo uma excelente margem de lucro e esvaziando o País com este imprescindível cereal para a produção. A incoerência é tamanha que pagou por muito tempo PEP para o milho chegar ao porto e agora não tem a dignidade e capacidade de fazer para os seus filhos, nós produtores de carnes para trazer o mesmo para as regiões consumidoras. A incompetência de doar dinheiro para Países pobres e ver nós, pobres suinocultores morrendo a míngua e não colocar dinheiro em subsídio deste importante setor para a economia Nacional. A incoerência em doar grãos ao invés de pegar o mesmo valor em dinheiro e comprar o excedente de carne suína e enviar para tais destinos. Nós não precisaríamos de ficha limpa se tivéssemos uma legislação que obrigasse a todos os políticos há passar um mês trabalhando no agronegócio e tirasse dali seu sustento, com certeza a política para a agricultura seria bem diferente. É muita incompetência não ver que todo colono, além de produzir alimento, produz um meio ambiente sustentável, favorecendo duplamente quem está na zona urbana com todos os seus direitos garantidos (salário, férias, plano de saúde, décimo terceiro, entre outros), recebendo alimentos e tendo a garantia de ter água e ar puro.
No meio rural, nós produtores somos penalizados, trabalhando 14hs por dia sem direitos, sem garantias, sem planos de saúde e sem entre tantos outros benefícios, escravos de um sistema que faz a gente pagar para produzir. Esta semana o desespero no setor da suinocultura está desolador, inúmeras propriedades com falta de milho até mesmo quem ainda tem dinheiro para comprar o cereal, a especulação está travando as vendas. Tudo isso por não termos no governo alguém inteligente que enxergue o setor. Entendo que houve uma omissão de números do setor descontrolando a produção, mas é para isso que deveríamos ter um governo, para nesse momento auxiliar a adequação entre consumo e produção. Porém o que dizer de um governo que não conseguiu negociar nem com a Argentina, que estão nos fazendo de palhaços até agora não cumprindo o que prometem, isso tudo que temos um Mercosul de livre comércio. Sob estas atitudes, como acreditar que China, Estados Unidos, Japão que abriram o mercado, comprarão realmente a nossa carne suína e com bons volumes?
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Está mais do que na hora do setor se dar as mãos, produtores, entidades e agroindústrias e construírem um projeto para que possamos fazer a diferença para todos, onde possamos voltar a sorrir com bons lucros. Estamos esperando alternativas para o setor desde maio, e até então só promessas e muitos produtores de excelência já desistiram. Vejo que esperar pelo governo é o mesmo que entrar para disputar uma corrida de Fórmula 1, embarcado num pangaré onde teremos a certeza que seremos sempre retardatários. Aqui continuaremos com a campanha “PREÇO JU$TO PARA PRODUZIR”, mas já estamos pedindo CLEMÊNCIA.
Losivanio Luiz de Lorenzi é presidente da ACCS
