Depois do aumento de R$ 0,10 no preço do kg do suíno independente, nesta segunda-feira houve o anúncio do mesmo acréscimo, sendo que o suíno integrado está sendo comercializado a R$ 2,10 o Kg, e o suíno independente a R$ 2,40. A reação, porém, ainda não é o bastante para o produtor comemorar. A alta dos insumos como milho e soja, indispensáveis para a alimentação animal, ainda são preocupantes e aumentam o custo de produção da carne.
Segundo o presidente do Instituto Nacional da Carne Suína, Wolmir de Souza, é natural uma reação nos preços nesta época do ano. “É uma soma de fatores que justifica este aumento, como o segundo semestre e compras de final de ano, peso baixo em função do alto custo e diminuição da produção”, pontua de Souza.
“Mas é importante deixar claro que não há motivos para comemorar, afinal os insumos continuam subindo”, destaca o presidente. O Índice do Custo de Produção de Suínos (ICPSuíno/Embrapa) aumentou 1,08% em junho, apesar da alta, a variação foi menor do que a registrada em maio (4,43%). No ano, o ICPSuíno/Embrapa acumula alta de 6,36%. Mais uma vez, o aumento no índice foi provocado pela elevação dos preços do farelo de soja. Em 2012, os custos com a nutrição dos animais acumula alta de 11,82%. A nutrição representa quase 78% dos custos de produção de suínos.
Ainda que no mês de junho a variação no ICPSuíno tenha sido muito pequena, o mesmo não deve ser esperado para julho. “Em função do anúncio feito pelo USDA (o Departamento de Agricultura dos EUA) de quebra da safra de milho e soja nos Estados Unidos, observa-se uma elevação nas cotações internacionais destes dois produtos que, aliada aos problemas de abastecimento de milho e farelo de soja no mercado nacional, principalmente no sul do Brasil, causou uma elevação nos preços pagos pelos produtores pelo milho e farelo de soja na ordem de 17% e 21% no estado de Santa Catarina”, diz o pesquisador Jonas Irineu dos Santos Filho, da Embrapa. Este aumento nos dois principais insumos na fabricação de rações deve levar a um acréscimo de aproximadamente 12% no custo de produção dos suínos em julho. ” Isso aumenta a necessidade de ajuste da oferta de suínos visando garantir um preço de equilíbrio para o setor. Realmente o sinal está vermelho”, alerta.