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Infraestrutura

Aportes em estradas em MT no foco do produtor

Os investimentos necessários para que a malha rodoviária estadual de Mato Grosso fique em boas condições para o escoamento da produção agropecuária foram estimados em R$ 126 milhões pelo Movimento Pró-Logística.

Os investimentos necessários para que a malha rodoviária estadual de Mato Grosso fique em boas condições para o escoamento da produção agropecuária foram estimados em R$ 126 milhões pelo Movimento Pró-Logística, criado por entidades dos setores agropecuário, industrial, comercial e da sociedade civil para monitorar projetos do ramo no Estado.

O cálculo leva em consideração 120 trechos de estradas e os volumes transportados pelas cadeias de soja, milho, pecuária bovina, madeira e insumos agrícolas. Nesses trechos, mais de 10 mil quilômetros precisam de aportes em pavimentação e recuperação. Mato Grosso conta com uma malha viária estadual de 25 mil quilômetros – apenas 5,4 mil pavimentados, o que encarece os fretes.

O estudo do Movimento Pró-Logística que dimensionou os investimentos aponta que, em uma rodovia não pavimentada, os gastos com conservação chegam a R$ 3 mil por quilômetro. Já a manutenção sai por R$ 9 mil por quilômetro. Em uma estrada pavimentada, esses custos alcançam R$ 6 mil e R$ 50 mil, respectivamente.

Representantes do movimento vão se reunir na sexta-feira com o governador do Estado, Silval Barbosa (PMDB), para apresentar o estudo. “Já temos um bom trabalho junto ao governo federal para viabilizar obras nas rodovias federais e em ferrovias e hidrovias. Agora, precisamos focar também nas rodovias estaduais e esse projeto pontua as prioridades”, disse Carlos Fávaro, presidente da Aprosoja e do Movimento Pró-Logística.

Mato Grosso é um dos principais “Estados agropecuários” do país. Lidera as produções de soja, algodão e gado de corte, além de ser o segundo maior em milho. No ciclo 2011/12, o plantio mato-grossense de soja ocupou 7,1 milhões de hectares e a colheita rendeu 21,4 milhões de toneladas. No caso do milho, semeado sobretudo na segunda safra, ou “safrinha”, foram 2,5 milhões de hectares e a produção deverá superar de 13,1 milhões de toneladas.

Os municípios de Querência e Nova Xavantina estão em uma região do leste de Mato Grosso considerada uma nova fronteira agrícola. Como é uma área que ainda está transformando pastagens degradadas em lavouras, é necessário levar calcário e outros insumos à região, que já responde por 11% da produção de soja do Estado. Contudo, só a MT 326 é pavimentada, enquanto outras dez rodovias que cortam a região não são.

Neste ano já houve disputas entre governo e produtores sobre o aumento do ICMS para todo o agronegócio estadual. No fim, os dois lados entraram em acordo. Agora, a discussão gira em torno do uso das verbas já existentes para recuperação das estradas. “Esse trabalho servirá como subsídio para o governo do Estado saber onde deve investir verbas destinadas a estas melhorias”, explicou o coordenador do Movimento, Edeon Vaz Ferreira.

Os produtores do Estado reclamam do recolhimento do Fundo Estadual de Transportes e Habitação (Fethab), que arrecada um percentual sobre a produção agropecuária estadual para investimentos em rodovias. De acordo com eles, a taxa é paga, mas em épocas críticas ou de colheita, é necessário pagar mais para consertar ramais.