O frigorífico Diplomata, um dos dez maiores do setor avícola do Brasil, ganhou na Justiça o direito de iniciar recuperação judicial para tentar evitar a falência da empresa, que tem uma dívida de R$ 400 milhões.
Com a decisão liminar da 1ª Vara Cível de Cascavel (PR), companhias de energia e água ficam impedidas de suspender fornecimento à empresa, bancos credores não podem reter dinheiro em contas e protestos lavrados contra o grupo ficam suspensos.
O frigorífico já chegou a empregar 8.000 pessoas (hoje são 5.000) e a abater 500 mil aves por dia. A empresa não informou o abatimento atual, mas confirmou que foi drasticamente reduzido em razão do fechamento de duas unidades, em Londrina e em Mandirituba, no Paraná.
O excesso de produção de frango no Brasil e o alto custo de insumos como milho e farelo de soja foram, segundo a empresa, os principais problemas que levaram à recuperação judicial, espécie de nova roupagem da concordata, prevista na Lei de Falências de 2005.
As duas unidades de abate que mantêm atividades, em Capanema (PR) e Xaxim (SC), reduziram a produção.
Na semana passada, nessas cidades e em Cascavel, avicultores sem receber pela produção protestaram. Os atrasos chegam a 120 dias.
O presidente da Associação dos Avicultores de Capanema, Dari Possato, diz que a situação dos produtores é desesperadora. Segundo a assessoria do deputado federal Alfredo Kaefer (PSDB-PR), que controla o frigorífico, ele se manifestará sobre a empresa “no momento oportuno”.