As novas ferrovias planejadas pelo governo federal deverão abrir caminhos de exportação principalmente para a soja e a carne bovina, ao ligar o Centro-Oeste a portos de quatro regiões do país.
Hoje, os trens só chegam à porta de entrada do agronegócio no país -Alto Araguaia (MT), na divisa com Goiás.
Paulo Resende, coordenador do núcleo de logística da Fundação Dom Cabral, diz que os novos corredores anunciados em agosto pelo Planalto irão reduzir os custos das cadeias produtivas.
O pacote prevê a construção ou o aumento da capacidade de 12 linhas -ou 10 mil km- em 30 anos.
Uma delas chegará a Lucas do Rio Verde, no centro de Mato Grosso, e permitirá que os grãos escoem até portos das regiões Sul, Sudeste, Nordeste ou Norte. A integração será possível quando estiver pronta a ferrovia Norte-Sul, que cortará o país.
Cerca de 60% da soja produzida hoje em Mato Grosso vai de trem para Santos. Os quase 10% que vão a Vitória dependem de caminhões até Araguari (MG). As novas linhas devem beneficiar também o escoamento da carne bovina e de frango.
A União Brasileira de Avicultura espera ainda o fim do gargalo para a chegada de grãos do Centro-Oeste. Além da extensão da malha, os produtores de Mato Grosso esperam uma redução no frete.