A grande variação de umidade e de temperatura causou o replantio de muitas lavouras de milho no Rio Grande do Sul. A principal dificuldade é saber se o novo investimento vale a pena.
Os temporais, com vento e granizo, e as geadas fora de época na região sul do país afetaram principalmente as plantações de milho no estado. Em Cruz Alta, lavouras inteiras foram devastadas. A solução foi investir em um novo plantio.
Em uma das propriedades da região, foram replantados 150 hectares de milho. Essa foi a alternativa para tentar reduzir as perdas na lavoura. Os outros 300 hectares cultivados com o grão também devem ter redução de produtividade. Mas o agricultor Ajair Machiavelli decidiu manter as sementes na terra por causa do alto custo do replantio. “São cerca de R$ 2,3 mil a R$ 2,4 mil por hectare entre as duas plantas. Isso é apenas custo de plantio. Não sei que lucro vamos ter”, diz.
O clima continua sendo o grande vilão. Por isso, mesmo com o replantio a produtividade ainda gera expectativa. “Teríamos que ter uma temperatura de 25º a 30º e a chuva normal uma vez por semana ou uma vez a cada 10 dias, no mínimo”, diz o agrônomo Nédio Giordani.
Apesar dos contratempos no início de plantio, a previsão da Companhia Nacional de Abastecimento (CONAB) é que a produção de milho no Rio Grande do Sul cresça 60% na comparação com a última safra de verão.