O cálculo, feito pela Fundação de Economia e Estatística (FEE) com base em números do Ministério do Desenvolvimento (Mdic), considera a média de negócios do período de 15 meses anterior à paralisação dos embarques para a Rússia.
“Antes do embargo, o Rio Grande do Sul vinha exportando US$ 30,4 milhões ao mês. Mantendo a média anterior, chegamos a esse valor”, projeta Guilherme Risco, pesquisador em economia do Centro de Informações e Estatísticas da FEE.
Após uma recepção com direito até a tapete vermelho no aeroporto Salgado Filho, os técnicos russos vistoriaram frigoríficos pelo Interior em julho. A expectativa era de fim do embargo em 30 dias, o que não se confirmou.
“Ainda não temos sinal do governo sobre quando deve receber o relatório dos russos”, salienta o diretor executivo do Sindicato das Indústrias de Produtos Suínos do Rio Grande do Sul (Sips), Rogério Kerber.
Mesmo que as exportações para a Rússia sejam liberadas ainda em 2012, Kerber avalia que a recuperação não ocorrerá neste ano porque se aproxima o tradicional período de redução nas compras russas, motivado pelo frio. De janeiro a setembro, o setor de suínos no Estado teve receita de US$ 283,32 milhões ante US$ 378,93 milhões do mesmo período de 2011.
Além da Rússia, a Argentina impôs barreira comercial no primeiro semestre, atrapalhando o desempenho do setor. Para compensar, outros compradores, como Ucrânia e Hong Kong, aumentaram a importação de carne suína do Rio Grande do Sul.
“Esses mercados, porém, pagam menos do que o russo, o que contribuiu para derrubar o faturamento”, observa Kerber.
O Governo brasileiro ainda aguarda o posicionamento do serviço sanitário russo para fazer uma manifestação oficial sobre o embargo iniciado em 15 de junho de 2011. Zero Hora tentou contato com o serviço sanitário russo por e-mail, mas não obteve retorno.