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Economia

Superávit da balança em 2012 será maior que o esperado, diz secretária

Tatiana Prazeres, avalia que mesmo com barreiras o resultado do ano será positivo.

O cenário mundial adverso, formado por queda no preço das commodities minerais, persistência da crise da zona do euro, baixo crescimento dos Estados Unidos, desaceleração chinesa e aumento de barreiras da Argentina a manufaturas brasileiras, está fazendo com que o comércio exterior do país desacelere neste ano em relação ao ano passado. Mas a secretária de Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Tatiana Prazeres, avalia que ainda assim o resultado do ano será positivo. “Temos um ano difícil em relação ao ano passado, mas fecharemos com saldo positivo maior do que o estimado por muitos”, disse Tatiana nesta quarta-feira, em São Paulo.

O boletim Focus, do Banco Central, que reúne semanalmente estimativas de mais de cem analistas, mostra que o mercado espera saldo comercial de US$ 18 bilhões neste ano. Mas no acumulado até setembro o superávit quase já chegou a esse valor, de US$ 17,45 bilhões. Em 2011, o superávit da balança comercial brasileira somou US$ 29,79 bilhões.

Tatiana observou que em termos de corrente de comércio (soma das importações e exportações) o ano de 2012 somente vai perder de 2011. Em palestra a empresários durante seminário sobre as perspectivas das relações econômicas entre o Brasil e os países árabes, promovido pelo Valor e pela Câmara de Comércio Árabe-Brasileira, ela afirmou que a diversificação da pauta comercial brasileira é um dos motivos de o país ter conseguido manter um volume de transações expressivo neste ano, a despeito da crise nas economias mais desenvolvidas.

“O Brasil passa por novos desafios. A mensagem certamente não é negativa, mas de alerta com o desenrolar da crise internacional. A crise de 2008 afetou o comércio exterior brasileiro e o mundo árabe se insere de maneira estratégia para nós”, afirmou a secretária, destacando que o Brasil registrou de janeiro a setembro cerca de US$ 2 bilhões de superávit na balança com os países árabes.

No entanto, 2012 deverá registrar superávit menor do que no ano passado. Em 2011 os brasileiros venderam US$ 5 bilhões a mais do que compraram dos países da região do Oriente Médio. “Enquanto prevemos redução na nossa balança este ano de 4%, o comércio total com os países árabes deve recuar 3,4%. No entanto, não fosse a queda no preço do minério de ferro haveria crescimento neste ano”, disse Tatiana.

Em 2011, a corrente de comércio com os países árabes atingiu cerca de US$ 25 bilhões. O valor é quatro vezes maior do que o registrado dez anos antes.

O Brasil vende basicamente alimentos aos árabes. Apenas açúcar e carnes representam metade das vendas. As importações também são concentradas em dois grupos: petróleo, combustíveis e lubrificantes, e adubos e fertilizantes.

“Temos a oportunidade de agregar valor à cadeia, com a produção de alimentos processados. Há um potencial muito grande a ser explorado. Arábia Saudita, Egito, Argélia, Emirados Árabes e Omã são os principais parceiros do Brasil”, afirmou a secretária.