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Mercado Interno

Coopavel reduz alojamento de aves

Custos com ração, transporte, energia e mão de obra subiram 43% em 2012.

Coopavel reduz alojamento de aves

A Coopavel, cooperativa de Cascavel, no oeste do Paraná, diminuiu o alojamento de aves em 10% a partir de julho e, embora sua direção afirme que “o pior já passou”, a volta ao volume anterior, de 220 mil pintinhos por dia, deve demorar. “Vai depender do mercado, mas a estratégia deve ser mantida em 2013”, prevê o presidente da cooperativa, Dilvo Grolli. “Vamos ter de enfrentar essa turbulência”, acrescentou, sobre o aumento nos custos de produção.

Pelas contas de Grolli, os custos com ração, transporte, energia e mão de obra subiram 43% em 2012 e, num esforço conjunto de diminuição da produção, o aumento no preço da carne foi de 22%. O executivo comenta que, como as exportações nos últimos dois anos cresceram menos que a produção, o mercado interno está bem abastecido, o que dificulta mais repasses.

Ele cita que o preço da soja teve redução nos últimos 40 dias e não cogita adotar outras estratégias para diminuir os abates, como aumentar o tempo para recebimento das aves que estão com os associados. “Nossos frangos são de 46 a 48 dias, se passar disso em um ou outro caso é por alguma questão técnica, ou porque o prazo caiu no fim de semana, para evitar hora extra”, diz.

O aumento nos custos do segmento avícola já levou a um pedido de recuperação judicial no Paraná, da Diplomata, também de Cascavel. No começo do mês, foi fechado um contrato que pode resultar em uma fusão, envolvendo a BR Frango, de Santo Inácio, e a Averama, de Umuarama, ambos do noroeste do Estado.

No começo de outubro, produtores de aves do Paraná e de Santa Catarina, que representam cerca de 60% da avicultura nacional, tiveram reunião em Curitiba com representantes do Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA). Na ocasião, o secretário de Agricultura do Paraná, Norberto Ortigara, pediu para que a crise do segmento fosse tratada como prioridade, para evitar problemas sociais no Sul. “As medidas que pedimos não saíram, mas o setor está se ajustando”, disse ele. “Tenho ouvido que o problema foi dominado”, acrescentou.

Ortigara havia defendido um esforço integrado até a definição do tamanho da próxima safra de milho nos Estados Unidos. Também pediu para o governo federal bancar a diferença no custo do frete do grão a ser removido do Centro-Oeste para o Sul por mecanismos já existentes, como Prêmio de Escoamento de Produto (PEP), e a abertura de linha de crédito para dar fôlego às indústrias.

O secretário comentou que medidas adotadas pelas indústrias, como redução no alojamento e espaçamento maior entre os lotes, somadas a quedas nas cotações dos grãos, ajudaram a avicultura, mas “a volta ao normal deve demorar um pouco”, opinou. Em setembro, o abate no Paraná foi 8,8% menor que em agosto.