Valor Bruto da Produção (VBP) agropecuária do país deverá alcançar R$ 367 bilhões em 2012, segundo projeção divulgada ontem pela Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA). Se confirmado, o valor será 11,2% superior ao cálculo da entidade para o VBP de 2011. Conforme a CNA, a previsão de avanço reflete o aumento de preços da maioria dos principais produtos do setor. O levantamento envolve 25 itens no total.
A CNA estima que o VBP agrícola crescerá 14,5%, para R$ 230,8 bilhões, enquanto o VBP da pecuária, que inclui carnes, ovos e leite, deverá aumentar 6%, para R$ 136,3 bilhões. Entre os produtos pesquisados, o destaque positivo é o milho. Embalado por preços elevados e pelo crescimento da segunda safra, o cereal deverá encerrar o ano com VBP de R$ 34,3 bilhões, 40% superior ao de 2011. Dos 20 itens agrícolas que fazem parte do levantamento, 12 tendem a encerrar 2012 com incrementos em relação ao ano passado. Carro-chefe do campo nacional, a soja deverá fechar o ano com VBP de R$ 67,7 bilhões, 19,2% mais que em 2011. Segundo produto da lista agrícola, a cana deverá registrar crescimento de 39,3%, para R$ 45,5 bilhões.
Entre as quedas previstas, uma das que chamam mais a atenção é a do café beneficiado – 17%, para R$ 18,9 bilhões em 2012. O VBP da laranja, por sua vez, deverá despencar 62,6%, para R$ 3,1 bilhões.
Enquanto os preços firmes dos grãos no mercado internacional colaboraram para os incrementos estimados para soja e milho e o mesmo acontece com a cana, graças à valorização do açúcar, a queda das cotações pressiona o café. No caso da laranja, são os preços deprimidos do suco no exterior que tiram suporte do mercado da fruta.
Dos cinco itens pecuários que fazem parte do levantamento, três tendem a encerrar 2012 com incrementos em relação ao ano passado. A maior alta prevista é a da carne de frango – 35%, para R$ 38,4 bilhões -, seguida pelo incrementos dos ovos (29%, para R$ 7,3 bilhões) e do leite (4,4%, para R$ 26,5 bilhões). Líder nesse ranking, a carne bovina, contudo, tende a registrar queda de 6,4%, para R$ 54,8 bilhões. Já a carne suína tende a amargar retração de 11,6%, para R$ 9,3 bilhões.
Já o Produto Interno Bruto (PIB) do agronegócio do país recuou 0,11% em agosto, conforme cálculo da CNA e do Cepea/Esalq. Com isso, a queda acumulada nos oito primeiros meses do ano chegou a 1,91%. Segundo a CNA, os resultados decorrem do “fraco desempenho do segmento industrial e seu reflexo sobre os serviços de distribuição”. A valorização dos preços internacionais dos grãos entre junho e agosto, por conta sobretudo da quebra da safra americana – prejudicada pela mais severa estiagem no país em mais de 50 anos – amenizou a retração do PIB do setor.