O presidente da Associação de Criadores de Suínos do Rio Grande do Sul (Acsurs), Valdecir Luis Folador, tem avaliação positiva do setor, a partir do segundo semestre do ano. “Depois dos primeiros seis meses do ano, enfrentando uma crise financeira preocupante, os suinocultores do Estado devem fechar este semestre com números positivos. Os ganhos ainda são tímidos, mas pelo menos o setor deixou de registrar o distanciamento entre o custo de produção e preço recebido pelo produtor, na hora da venda do suíno vivo”, disse Folador.
De acordo com o presidente, mesmo o momento sendo de boas notícias os suinocultores precisam estar atentos para o mercado futuro da carne que produzem. “Não podemos entrar na euforia, pois a atividade tem nos mostrado que, frequentemente, é de altos e baixos, tanto que o ano de 2012 tem dois períodos bem distintos. Acumulamos grandes perdas no semestre inicial do ano, para entrarmos em um segundo período com pequenos avanços, que hoje garantem algum lucro no setor produtivo de suínos”, salientou Folador. Ele lembra que a diferença entre custo de produção e valor recebido pelo quilo do suíno são centavos. Segundo ele, o gasto para formar um quilo de suíno está próximo dos R$ 3,00. Por quilo vendido o produtor tem recebido uma média que gira na casa dos R$ 3,16.
De acordo com o presidente da associação, as atenções do setor começam a estar voltadas para o ano que vem. “Existem dois fatores predominantes que ditarão o andamento do setor em 2013. O primeiro está relacionado com ao consumo interno da carne suína e o segundo as produções agrícolas, que formam os insumos de manutenção alimentar dos suínos”, justificou.
Segundo Folador, hoje 84% da carne têm como destino as famílias brasileiras. Para o mercado externo são destinados os outros 16%. “A fatia que vai para outros países, como a Rússia e a Argentina, ainda é pequena, mas também tem a sua importância para nós, pois a perda de negócios, que representam um índice destes, significa queda de preços e prejuízos, para um setor que trabalha com margem pequena de lucro. Uma crise externa significa centenas de quilos de carne que ficam a mais aqui, o que puxa o valor de mercado para baixo”, completa. Para Folador, o que também não pode acontecer é uma nova frustração de safra dos grãos, que formam os principais insumos do trato animal. “Uma redução na safra de milho, principalmente, representaria uma elevação no custo de produção. Na realidade uma nova frustração na agricultura significará uma catástrofe para a suinocultura. Muitos dos suinocultores não suportariam mais um começo de ano trabalhando no vermelho”, alerta Folador.
O Rio Grande do Sul produz cerca de 600 mil toneladas de carne suína por ano. Em média são abatidos 7 milhões de suínos por ano, que saem de 10 mil propriedades rurais do Estado, que tem plantel acima dos 4 milhões de cabeças.
Mercado está aquecido
A pesquisa semanal do preço gaúcho do suíno apontou alta de R$ 0,07 no valor médio pago pelo quilo do suíno vivo, chegando a R$ 3,16, até o final da primeira quinzena de novembro. Nas últimas três semanas, de 17 de outubro a 6 de novembro, o preço manteve-se estável, em R$ 3,09, após crescente aumento desde a segunda semana de setembro, quando o preço médio pago pelo quilo do suíno vivo era de R$ 2,65. A cotação agroindustrial é de R$ 2,50 a R$ 2,70.
Insumos
O valor médio pago pela saca do milho também subiu, passando de R$ 31,67 para R$ 33,00, no Rio Grande do Sul. O mesmo deu-se com o preço da tonelada de farelo de soja, que subiu para R$ 1.186,67 à vista (semana anterior: R$ 1.153,33) e para R$ 1.200,00 (semana anterior: R$ 1.166,67) com 30 dias de prazo.