Não há como negar que a suinocultura avançou neste ano como há muito tempo não se via. O destaque foi a forte expansão do consumo interno, que cresceu quase 8%, além da elevação dos preços pagos ao produtor. Assim, o mercado doméstico constituiu neste ano de 2010 sua importância para a suinocultura brasileira. O Projeto Nacional de Desenvolvimento da Suinocultura (PNDS) idealizado e coordenado pela Associação Brasileira de Criadores de Suínos (ABCS), em parceria com o Sebrae Nacional e a Confederação de Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) já colhe os frutos de todo o empenho e envolvimento dos sete estados participantes (Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, Minas Gerais, Distrito Federal, Espírito Santo e Goiás). Centenas de suinocultores, empresas do setor, autoridades e lideranças acreditaram na revolução que o PNDS traria para a cadeia suinícola, Trabalharam, colaboraram e hoje vêem esse sonho se concretizar.
A expectativa dos coordenadores do projeto é que neste primeiro ano de ações já seja possível detectar aumento de 1kg no consumo per capita, e que o desafio agora é estabilizar os ganhos obtidos e buscar novas oportunidades de espaço para a carne suína, pensando na meta do PNDS que é atingir o consumo per capita de 15 kg/ano até o final do ano de 2012. “Isso já pode ser percebido não só pela alta que o quilo do suíno atingiu nos últimos meses de 2010, mas também pela estabilidade no mercado de preços pagos ao produtor”, explicou o presidente da ABCS, Irineu Wessler. Não há dúvida que o suíno será a bola da vez também em 2011.
Por quase quatro anos o consumo per capita de carne suína permaneceu estagnado ao redor de 13 kg/ano, mas agora o aumento é real. Segundo dados da CONAB e da ABIPECS o consumo brasileiro de carne suína atingiu o patamar de 14,5 kg/hab/ano em 2010. O aumento de 11,5% no índice de consumo per capita em relação a 2006 – ano em que a ABCS iniciou seu programa de estímulo ao consumo de carne suína no mercado brasileiro e que posteriormente originou o PNDS –, mostra que o caminho do mercado interno é bastante animador.
Balanço positivo
Esse cenário favorável da suinocultura brasileira não poderia ser alcançado sem a atuação do PNDS no setor. A área de comercialização teve maior volume de ações demonstrando expressivos aumentos de vendas da carne suína e um novo reposicionamento em alguns mercados. Aumentos de 20% a 70% nas vendas de cortes suínos foram registrados em supermercados que realizaram a campanha “Um Novo Olhar” nos estados participantes.
Através do trabalho realizado pelas afiliadas da ABCS, diversas parcerias foram firmadas com associações de supermercados estaduais, associações de bares e restaurantes, redes de hipermercados e universidades renomadas do país. Mais de 600 mil pessoas sensibilizadas em feiras nacionais de grande importância por meio de informações sobre a saudabilidade da carne suína, sua importância para a saúde humana e suas diversas opções de consumo. Foram capacitados também cerca de cinco mil profissionais de forma direta em capacitações em cortes, oficinas gastronômicas, palestras para médicos e em universidades formando multiplicadores que em 2011 disseminarão a carne suína em seus locais de trabalho.
Com intuito de ampliar as opções de preparo da carne suína, o PNDS também elaborou ao longo desse ano diversas cartilhas de receitas com cortes diferenciados e sabores de dar água na boca. O material foi produzido para diferentes segmentos como: restaurantes, merenda escolar, lanchonetes e padarias e refeições coletivas. Além disso, também foi finalizando este ano uma importante ferramenta da disseminação dos cortes suínos, o Manual Brasileiro de Cortes Suínos que retrata mais de cem diferentes cortes com a sugestão de nomenclatura gastronômica para a sua comercialização.
Para 2011 os coordenadores do PNDS têm perspectivas positivas para o setor, sobretudo pela inclusão dos estados do Ceará e Bahia no PNDS. Enquanto a média nacional encontra-se em 14,5kg per capita/ano, na região nordeste este consumo não supera os 4kg. “Nossa expectativa é multiplicar os trabalhos, expandindo o número de profissionais capacitados, de ações realizadas para que neste ano seja possível atingir resultados ainda maiores”, reforça a coordenadora do PNDS, Lívia Machado. Para o gerente nacional da Unidade de Agronegócio do Sebrae Nacional, Paulo Alvim, a incorporação de novos estados reforça a credibilidade do trabalho que está sendo desenvolvido pela ABCS e amplia a capacidade do Projeto em atingir resultados ainda melhores no incremento de consumo da carne suína.